Com a prisão de João Vaccari Neto, a
investigação da força-tarefa da Lava Jato chega ao coração do PT. Não só pela
prisão do tesoureiro na manhã desta sexta-feira 15, mas pela descoberta de que VACCARI
USAVA A EDITORA GRÁFICA ATITUDE PARA RECEBER PROPINAS DESVIADAS DE CONTRATOS DA
PETROBRAS.
A citada gráfica funciona como órgão de comunicação da CUT,
assim como o site “Rede Brasil Atual”; e, segundo registro na Junta Comercial
de São Paulo, tem como sócios o Sindicato dos Bancários
de São Paulo e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, duas entidades que estão na
base de sustentação do próprio PT.
De acordo com as investigações, a Editora
Gráfica Atitude recebeu ao menos R$ 1,5 milhão do esquema. O valor, porém, pode
ser maior. Em novo depoimento à PF, o executivo Augusto Mendonça, da Setal Óleo
e Gás (SOG), também envolvida no petrolão, disse que Vaccari lhe pediu R$ 2,5
milhões para cobrir propagandas na Revista do Brasil. A PF identificou até
agora 14 depósitos feitos na conta da Gráfica Atitude pelas empresas Tipuana e
Projetec, usadas como fachada pela quadrilha do petrolão.
ISTOÉ identificou também que
a Editora Gráfica Atitude obteve recursos de contratos de agências de
publicidade com a própria Petrobras, além de Banco do Brasil e Correios. Não
foi possível obter os valores, o que deve acontecer em breve com a decisão de
Moro de autorizar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da
gráfica. A medida também poderá ser estendida aos sindicatos dos Bancários de
São Paulo e dos Metalúrgicos do ABC.
Comandada por dirigentes das
duas entidades sindicais , a Editora Gráfica Atitude tinha como objeto social em sua origem a "fabricação de produtos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado para uso comercial e de escritório, exceto formulário contínuo". A partir de 2008, passou a editar "livros, jornais e revistas". Em 2010, o TSE puniu a gráfica por propaganda ilegal de apoio à então candidata Dilma Rousseff. A Revista do Brasil tem linha pró-PT e defende regularmente o controle da mídia e o fim do monopólio, conhecidas bandeiras petistas.
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