02/03/2013
às 12:01 \ Música no BlogToda a mística, incluindo a misteriosa sincronia com “O Mágico de Oz”, e as assombrosas cifras de “The Dark Side of The Moon”; obra-prima do Pink Floyd completa 40 anos
Por Daniel Setti
Atingir a marca de 50 milhões de cópias vendidas em todo o planeta – desempenho inferior, apenas, ao do imbatível Thriller, de Michael Jackson –, permanecendo incríveis 741 semanas (15 anos) na lista dos mais vendidos da revista americana Billboard, e ainda assim ser uma das obras-primas definitivas do rock.
Tal harmonização perfeita entre quantidade e qualidade é o principal dos vários trunfos de The Dark Side of The Moon, o oitavo dos 14 álbuns de estúdio do Pink Floyd, cujo lançamento completa 40 anos no começo de março. (Assistam a documentário e leiam outro texto deMúsica no Blog sobre a bolacha aqui).
As razões do fenômeno
Os outros acertos do disco, produzido pela própria banda londrina entre junho de 1972 e janeiro de 1973 nos míticos estúdios Abbey Road, ajudam a explicar o fenômeno.
Trata-se de um trabalho “conceitual”, ao gosto da época de excessos “progressivos”, mas que diverge de contemporâneos complicados como Yes e Emerson, Lake & Palmer ao enfocar nas letras inquietudes tipicamente humanas e atemporais, como a angústia em relação à passagem do tempo (“Time”), os perigos da relação com o dinheiro (“Money”) e a (in)sanidade (“Brain Damage”).
Enfim, é complexo sem ser chato, e elaborado sem deixar de lado o acessível, o “assobiável”. Além disso, equilibra astutamente a presença de belas e inesquecíveis canções, excelência instrumental – os solos de guitarra de David Gilmour são tão memoráveis quanto as melodias – e pioneiros experimentos psicodélico/eletrônicos (ouvir “On The Run”).
The Dark Side of The Moon x O Mágico de Oz
The Dark Side of The Moon ocupa um lugar especial na história da música pop também pela mitologia criada a seu redor. É impossível falar deste disco, por exemplo, sem mencionar seu misterioso “parentesco” com o filme The Wizard of Oz (“O Mágico de Oz”, 1939), uma das melhores lendas urbanas do rock, passada de boca em boca – e sempre negada pela banda – desde 1995.
O álbum serviria como uma trilha sonora sincronizada quase perfeita para a película. O que nos leva a pensar que ou Gilmour, Water, Wright e o baterista Nick Mason compuseram, arranjaram e gravaram The Dark Side… assistindo às aventuras de Dorothy e seus amigos, em um trabalho milimétrico, ou alguma espécie de coincidência “cósmica” ocorreu.
Fato é que, ao darmos play no LP justamente quando o célebre leão da MGM acaba de rugir pela terceira vez na vinheta de abertura, encontramos uma série de momentos em que a junção som e imagem dão sentido ao enigmático “projeto”, batizado pelos fãs de The Dark Side of The Rainbow (em alusão ao arco-íris citado na canção “Over the Rainbow”, a mais famosa do longa).
As duas obras sobrepostas vocês podem assistir no vídeo abaixo, que encerra este post especial. Quem estiver com preguiça pode ir direto aos pontos que justificam essa conspiração roqueira:
-04’23”: queda de Dorothy no chiqueiro coincide com o tenso começo de “On The Run”
-08’14”: o barato da sonhadora Dorothy, que canta “Over the Rainbow”, é cortado com os despertadores de “Time” e a chegada da bruxa
-16’06”: o auge da jam session vocal “The Great Gig in The Sky” embala o início do furacão
-19’44”: o filme fica colorido exatamente no começo de “Money”. Haja ironia!
-37’22” : o Espantalho doidão dança ao som de “Brain Damage” (“o lunático está no gramado”, diz a letra, sendo que também pode significar “ o lunático está “chapado”)
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