[Esta carta faz parte de um documento que conta os pormenores da histórica "Marcha da Família com Deus pela Liberdade" realizada no Centro de São Paulo-Capital em 19 de Março de 1964] Uma cópia dos originais pode ser baixada no link que se encontra no final da página.
 
Jovem Brasileiro

Alguém te dirá um dia, por ventura, que a revolução brasileira de 31 de Março de 1964 foi uma arrancada de ricos contra pobres, de patrões contra operários. Por este livro saberás o quanto é falso.

A revolução autêntica não se deu a 31, mas a 19 de Março. E não a fizeram os ricos e nem os patrões. Foi tua mãe quem fez, pensando em ti, para que tu continuasses livre, e em regime de livre iniciativa pudesses construir um futuro esplendoroso do grande Brasil de amanhã.

Nada se fez de grande no mundo, se não através da capacidade de sonho, de coragem, de aventura, do homem livre em regime de competição. E no Brasil existe alguma coisa de grande para realizar: existem mais de seis milhões de quilômetros quadrados de florestas virgens, à espera de homens sonhadores, corajosos, dotados de braços fortes.

O chão brasileiro pode dar pão que chegue a oitocentos milhões de bocas. E há quem passe fome, quando as bocas a alimentar não chegam a oitenta milhões. Esse é o problema que te cabe resolver. E tu o resolverás, voltando as costas ao mar e dirigindo para o coração da terra tua ambição e capacidade de sonho. Tu te realizarás e construirás o futuro do Brasil, jogando o machado aos troncos da floresta, lavrando o sertão, minerando a terra, criando e exportando riquezas. Tu o farás, em regime de livre empresa, com espírito de competição, seguro do teu direito ao premio dos triunfadores, na certeza de que, realizando-te, realizas o Brasil, dado que a riqueza do país é o somatório da riqueza dos cidadãos.

Quem te disser que a revolução de 31 de Março foi um movimento dos ricos contra os pobres estará defendendo que a grandeza do Brasil deveria ter sido feita por outro caminho – pelo caminho da revolução comunista. E tu sabes que a tentativa de realização comunista feita na Rússia, de 1917 a 1964, não deu mais pão ao povo. A União Soviética está comprando trigo dos Estados Unidos, porque é um regime democrático, sob o signo da competição, que o homem cria riqueza, certo de vir a ser beneficiado com uma parte da riqueza que vier a criar.

O caminho de grandeza do Brasil não podia ser o que estava sendo seguido: pagar mais de um milhão de cruzeiros ao estivador e ao conferente de carga, para que eles mantivessem fechados os portos; invadir a terra dos fazendeiros, para que elas fossem divididas em pequenas leiras, onde não seria possível a mecanização; armar os sindicatos para a guerra civil.

O Brasil chega para todos os brasileiros, e sobra terra para quem queira vir cultivá-las. O caminho é o trabalho e não a guerra. É montar grandes empresas agrícolas e indústrias, barateando o custo da unidade produzida à custa de mecanização, em regime de competição democrática.

Mas, sem o gesto de tua mãe, a 19 de Março, tu serias transformado em uma unidade abstrata, arregimentado para trabalhador de uma Comuna, recebendo um salário de fome, vivendo em camarata anônima, desalentado e não entusiasmado, morto para o sonho de grandeza do Brasil.

A 13 de Março, naquela sexta feira trágica do comício da Guanabara, com tanques, metralhadoras e canhões cercando a multidão de 150.000 manifestantes que o governo juntara em frente ao Ministério da Guerra, oradores dementados pelo ódio político, descompostos e enlouquecidos pelo que supunham ser a vitória, pediam o fechamento do parlamento e ameaçavam a nação com a luta armada, com a invasão de terras, com a sangueira das ruas. O próprio Presidente da República, a quem por direito competia à defesa das instituições, erguia sua voz entre os demais, suando de raiva, desapertando o colarinho da camisa cara, para despejar sobre o Brasil o impropério da sua solidariedade com as ameaças comunistas.

E, à sua volta, luziam botões dourados de fardas militares de alta patente.

Tua mãe não estava lá. Ficara em casa rezando, rezando o terço, ouvindo pelo rádio, vendo pela televisão, o que prometia ser uma grande hecatombe nacional.

Todos sabiam que no comício da Guanabara estava apenas minoria atuante, divorciada dos sentimentos do Brasil democrático e cristão. Ninguém duvidava de que a palavra dos oradores fossem heresias contra o sentir autêntico do povo brasileiro. Sabia-se bem como a voz de comando viera de Moscou, de Pequim e de Cuba.

Mas estava lá o Presidente. Estavam lá os Ministérios. Estavam lá os generais, almirantes e brigadeiros. Estavam lá oficiais, sargentos e praças do Exército, da Marinha e Aviação.
Para quem poderia apelar o Brasil?

Só para Deus.

Então tua mãe saiu de casa, com seu terço entre os dedos, e dirigiu-se a casa de Deus, para pedir-Lhe misericórdia, amparo, proteção, contra uma força que só Ele poderia deter.
Mas a porta da casa de Deus estava fechada.

Nesse dia, o dia do desespero de tua mãe, meu jovem brasileiro, estavam cerradas as portas da Catedral Metropolitana de São Paulo. O governo não se limitará a fazer uma demonstração de força política e militar, em frente ao Ministério da Guerra, no Rio de Janeiro. Alguém fora mais longe, e mandara fechar as portas da igreja, como a afirmar que nem Deus estaria com quem faltara ao comício comunista.

Ai, num momento de fraqueza, tua mãe sentiu titubear sua fé, e chorou. Chorou por ti e pelo Brasil, que o próprio Deus parecia haver desamparado.

Tua mãe não dormiu esta noite. Muita gente não dormiu. O deputado Carlos Cunha Bueno e o Dr. José Carlos Pereira de Souza não dormiram, com o resto do Brasil. E, pela noite dentro, durante a uma visita ao Hospital de S. Paulo esses dois homens perguntavam-se a si próprios e um ao outro, se não haveria ainda alguma coisa que pudesse ser feita pelo Brasil.

Respondeu-lhes inesperadamente, uma voz suave, como vinda do céu, tranquila e doce:

Mas Deus não pode ter desamparado o Brasil. O Brasil é um país cristão e anticomunista.
A família brasileira é uma realidade, e a mulher brasileira não vai deixar que destruam a sua família, que fechem os seus templos, que aniquilem a capacidade de iniciativa e do sonho de seus filhos. Se apelarmos para a mulher brasileira, ela virá para a rua, com o seu terço na mão, e provocará uma demonstração irrespondível de que o nosso povo não quer o comunismo. O Brasil e o mundo poderão ver o que é autenticamente este povo, que se pretende passar por comunista. O que há fazer é convidar a mulher brasileira a manifestar-se, começando pela mulher paulista, que é a mãe do operário a quem por ai se chama de comunista.

Era a voz de uma freirinha, a Irmã Ana de Lurdes, que serenamente respondia as preocupações de Cunha Bueno, de José Carlos Pereira de Sousa, e ao desespero de tua mãe, que em sua casa continuava de rosário na mão, sem conciliar o sono.
Cinco dias depois, mais de 700.000 pessoas se congregavam no Largo da Sé, rezando e afirmando, o anticomunismo de São Paulo e do Brasil. Também nesse dia as portas da Catedral estavam fechadas. Mas Deus estava com o povo e, não se sabe muito bem como, elas se abriram de repente, e a multidão entrou a dar graças.
Esse foi o grande plebiscito do Brasil de 64. Uma freira o sugeriu, e tua mãe o realizou, por ti e pelo Brasil. Foi o plebiscito do dia do desespero. Foi a resposta de Deus a quem pretendia expulsa-lo do coração dos brasileiros.

Neste livro te é contada a história maravilhosa da “MARCHA DA FAMÍLIA COM DEUS PELA LIBERDADE”, realizada a 19 de Março de 1964, através das ruas de São Paulo, em afirmação de fé cristã e de anticomunismo do povo brasileiro. Solidarizando-se com tua mãe, que fez a “MARCHA”, teu irmão do Exército, da Marinha e da Aviação, vieram para a rua, no dia 31, para afastarem de Brasília e meterem na cadeia os antibrasileiros traidores à autenticidade do Brasil.
Tudo foi feito por ti e pelo Brasil – pela tua liberdade individual, para que te seja possível, em regime democrático, com liberdade de trabalho e fé, criares para teus pais o futuro que é seu destino, e que só em liberdade, tu poderás construir para ele.
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