domingo, 25 de novembro de 2012

Eric Hobsbawm : Pecado capital do capitalismo é injustiça social. Pecado capital do socialismo foi a falta de liberdade. Mas ainda há “um vasto espaço para o sonho”


seg, 01/10/12
por Geneton Moraes Neto |
categoria Entrevistas
             
                              Órfãos de Marx, saudosistas do socialismo, parem de chorar. Porque o que sumiu na poeira da História foi o chamado “socialismo real”, um equívoco cinzento feito à base de partido único, Estado onipotente, arte demagógica e imprensa oficialesca. Mas, desfeito o equívoco, abre-se agora “um vasto espaço para o sonho”, território livre para novas utopias. Quem garante é o historiador que conseguiu se transformar em guru dos historiadores, o marxista que fez a autópsia do socialismo : o britânico Eric Hosbawm.
             Um acaso do calendário reúne a biografia pessoal de Hobsbawm a um dos principais acontecimentos do século XX : o historiador nasceu em 1917, ano em que Lenin escreveu a palavra bolchevique na história da Rússia. Quando ainda usava calças curtas, Hobsbawm virou comunista, se é que um menino de quatorze anos é capaz de enumerar três diferenças razoáveis entre “centralismo democrático” e pudim de chocolate. Passado o vendaval,ele faz uma avaliação sincera das ilusões que viveu.
                      Eis a entrevista, agora publicada pela primeira vez na íntegra :                  
                      GMN : Qual foi a maior ilusão política de Eric Hobsbawm ?
                      Hobsbawm  : “Minha maior ilusão política foi acreditar que a União Soviética poderia ser uma alternativa de desenvolvimento para o Ocidente. Tal crença tomou corpo simplesmente porque, a certa altura do século XX, a economia capitalista mergulhou numa crise catastrófica, à qual a União Soviética parecia imune. Mas, principalmente depois dos anos cinquenta e sessenta, ficou claro que o socialismo soviético não iria cumprir suas promessas nem realizar suas potencialidades. A partir daí,muitos – como eu – deixaram de acreditar no que tinham acreditado quando jovens”.
                    GMN : O marxismo morreu ?
                    Hobsbawm (depois de longa pausa) : “Não. Em primeiro lugar,a crítica essencial que Marx fez ao capitalismo é necessária ainda hoje. Como historiador, digo que a abordagem marxista é extremamente útil para que se entenda como as sociedades mudam- não apenas as sociedades capitalistas mas também as sociedades socialistas, hoje inexistentes. Não há dúvida de que uma grande parte das crenças do marxismo já não pode ser considera válida. O fim do socialismo real deixou um enorme vazio”.
                    Hoje,um grande número dos que poderiam estar na esquerda – socialista ou revolucionária- já não sabe em quem acreditar”.
                     GMN : O senhor lamenta ter apoiado os governos soviéticos ?
                    Hobsbawm : “Não lamento, porque nunca vivi na União Soviética. Quem, como eu, apoiava os governos soviéticos não estava pensando na Rússia, mas em nossos próprios países e no resto do mundo. Porque,para o resto do mundo,a existência da União Soviética, ainda que fosse ruim para a Rússia, teve um desenvolvimento positivo. Sem a União Soviética,não teríamos vencido a Segunda Guerra.  
                 Sem a União Soviética, o  capitalismo não teria sido reformado, como foi, depois da Guerra. Os que, no Ocidente, foram marxistas ou apoiaram o movimento comunista não têm do que se lamentar, porque estavam apenas tentando alcançar, em seus próprios países, objetivos que eram bons. Quando tiveram a chance de mudar os seus países, mudaram para melhor. Mas,para tanto, pediram o apoio de um regime que impôs um enorme sofrimento ao povo russo – mais do que a qualquer povo”.
                      GMN : Qual foi o pecado capital do socialismo ?
                      Hobsbawm : “A falta de liberdade foi o pecado capital, particularmente para os intelectuais. Mas o pecado capital do socialismo foi acreditar que a economia poderia ser operada inteiramente através de um planejamento centralizado, sem a atuação dos elementos do mercado. Os consumidores, os cidadãos comuns, não tinham a liberdade de comprar o que queriam. O que existia,basicamente,era um exagero do papel do Estado Central como um arquiteto da nova sociedade.
                       Marx disse, em relação às suas teorias, que o importante não era interpretar o mundo,mas modificá-lo. Ficou provado que é mais difícil mudar o mundo através das linhas de análise marxista do que interpretá-lo. Além de tudo,o desenvolvimento dos partidos socialistas foi profundamente influenciado – e distorcido – pelo fato de que o marxismo tomou o poder na Rússia. O que aconteceu ? A União Soviética dominou por anos e anos o desenvolvimento do marxismo e do movimento comunista internacional, o que acabou provocando uma divisão – mais negativa do que perigosa – entre as duas facções do marxismo : os social-democratas e reformistas de um lado; os comunistas e revolucionários de outro”.
                    GMN : E qual é o pecado capital do capitalismo ?
                    Hobsbawn : “O pecado capital do capitalismo é a injustiça social. Isso quando nós falamos em termos morais. Em termos práticos, o pecado é que o capitalismo é um sistema que desenvolveu um mundo que precisa de administração e planejamento global – mas o próprio capitalismo não pode prover esta administração e este planejamento. O capitalismo, então, deixa o mundo com sérios e crescentes problemas, para os quais não encontra soluções”.
                    GMN : O senhor disse uma vez que “o problema básico da história marxista é descobrir como a humanidade passou da Idade da Pedra para a Idade do Átomo”. Se o marxismo não conseguiu, quem é que vai conseguir explicar ?
                     Hobsbawm : “Em primeiro lugar,não acredito que o marxismo tenha falhado na explicação do desenvolvimento da História. Eis um grande debate que se desenvolve entre historiadores e filósofos.A contribuição do marxismo permanece essencial. O que haverá é um marxismo modificado.A crença dos marxistas na determinação única do desenvolvimento econômico provou ser inadequada.Deve-se levar em conta a análise de fatores como a cultura e as idéias”.
                     GMN : Haverá lugar na história para uma nova tentativa de aplicar a idéia marxista de uma sociedade sem classes ?             
                    Hobsbawm : “O socialismo real – tal como o tivemos até há poucos anos – não vai voltar. Mas há lugar, sim, para uma nova tentativa de construir uma sociedade de liberdade e de igualdade, em que os seres humanos terão a chance de desenvolver todas as suas capacidades. Eu espero que haja espaço para movimentos que favoreçam a justiça social”.
                        GMN : O fim do socialismo foi um choque para as esquerdas. Qual será o próximo sonho ? Um jovem arriscaria a vida para implantar uma sociedade liberal-democrata, como se arriscou antes por outros ideais ?
                         Hobsbawn : “Uma democracia liberal é algo pelo qual ninguém é capaz de morrer. Nem é bom que um jovem esteja preparado para morrer tão facilmente por uma causa. O fim do socialismo real deixou um enorme vazio. Hoje, um grande número dos que poderiam estar na esquerda – seja a esquerda socialista,seja a esquerda revolucionária – não sabem em quem acreditar”.
                         GMN : O vácuo pode criar espaço para novos sonhos ?
                        Hobsbawn : “Há um vasto espaço para o sonho. Mas também há o perigo de que esse espaço seja preenchido por um tipo errado de sonho :  por sonhos nacionalistas, por sonhos racistas, por sonhos de ressurreição de religiões fundamentalistas. De qualquer maneira, problemas como a pobreza e a desigualdade, cada vez mais presentes no desenvolvimento global da economia, assumem uma tal proporção que haverá certamente espaço para movimentos políticos que tentem resolvê-los”.
                         GMN : É possível prever que movimentos serão esses ?
                        Hobsbawn : “Alguns desses movimentos serão os antigos movimentos de esquerda. Há no Brasil, por exemplo, um partido de trabalhadores que é similar a partidos de massa que existiram no passado na Europa. Em muitas partes do Terceiro Mundo, há lugar para movimentos iguais aos que existiram antes. Não devemos, portanto, eliminar os movimentos do passado. 
                      A verdade é que o vácuo ideológico será muito mais sério nos países desenvolvidos,os países ricos. Porque nestes países a crise da fé e das crenças – e também a mudança provocada pela extensão da industrialização a países do Terceiro Mundo – terão um efeito mais dramático”. 
                       GMN  :A desilusão das esquerdas dará, então, lugar a novos sonhos num futuro próximo ? 
                        Hobsbawm :”É possível que sim,mas,felizmente,historiadores não são profetas.
                        Nós só tratamos do passado. Historiadores fizeram previsões que provaram ser inexatas. Hoje, com exceção dos instituto de pesquisas econômicas dos governos, todos são céticos na hora de fazer previsões…”.
                       GMN : Como é que a História vai julgar Fidel Castro ? Daqui a meio século,ele vai receber um julgamento positivo ou vai ser condenado como o último ditador comunista ?
                         Hobsbawm : “O julgamento será positivo, sem dúvida alguma. Fidel Castro será claramente a figura mais importante da história nacional de Cuba. Quanto à América Latina como um todo, Fidel Castro será um símbolo de libertação – ainda que as políticas de libertação que ele adotou não tenham sido bem sucedidas. Em todo caso, será visto não como um homem não muito bom ao governar o próprio país. Porque,sob o aspecto econômico,eles fez um péssimo trabalho. Por outro lado,as reformas sociais são absolutamente esplêndidas. Há fraquezas no regime cubano, mas Fidel Castro vai ter um papel bastante positivo nos julgamentos históricos do futuro”. 
                         GMN : O senhor diz,na última página do livro “A Idade dos Extremos”,que, no final do Século XX, não sabemos para onde vamos. É bom ou é ruim não saber para onde caminha a humanidade ? 
                         Hobsbawm :”Não saber para onde vamos é o destino da humanidade. Algumas vezes,o homem pensa que sabe para onde vai. Mas, em geral,a gente erra quando pensa que sabe”. 
                         GMN : O senhor diz que o homem hoje tem a ilusão de que vive num “eterno presente”. Isso afeta a percepção da História ? 
                         Hobsbawm : Oeterno presente” é, em parte, resultado da quebra de relações entre as gerações e, por outro lado, conseqüência da sociedade de consumo. A desvantagem é que é impossível que as pessoas entendam a situação em que vivem sem que saibam como as coisas surgiram,antes. A maioria das pessoas na verdade gostaria de estabelecer tal continuidade entre elas e o passado. Não é fácil estabelecer tal continuidade hoje,porque as mudanças do mundo têm sido tão rápidas e tão profundas que a experiência de vida da maioria das pessoas é marcada pela descontinuidade”.  
                           GMN : A televisão é culpada por criar a ilusão de que vivemos todos num eterno presente ?
                           Hobsbawm : “Sim. Mas este é apenas um aspecto de uma sociedade de consumo que atua satisfazendo os desejos e as vontades das pessoas a qualquer momento.  A sociedade de consumo se interessa pelo que as pessoas fazem agora. A lógica do mercado é ganhar dinheiro com o que as pessoas vão gastar agora – não com o  que vão gastar daqui a vinte anos”. 
                       GMN : O senhor é freqüentemente citado na imprensa como “o maior historiador vivo”. Aceita o título ? 
                      Hobsbawm : “É difícil julgar. Não me vejo como o mais importante historiador,mas é uma sensação agradável ver que as pessoas pensam que os livros que escrevi são importantes.Sinceramente,não me cabe julgar se essas pessoas estão certas.Em todo caso,penso que exageram….”. 
                     GMN : Quem é Eric Hosbabwm,por Eric Hobsbawm ? 
                      Hobsbawm : “Tudo o que posso dizer é que tento tentado ver como, num determinado período da História, as coisas se juntam para formar um todo. Porque existe, sim, uma conexão entre as diferentes partes da vida”.
                     ( “O comunismo representou o ideal de transcender o egoísmo e servir a toda a humanidade,sem exceção “,escreveria Hobsbawm em 2002.”Emocionalmente, pertenço a uma geração ligada por um quase inquebrável cordão umbilical à esperança de uma revolução mundial, não importa o quão cética ou crítica diante  da União Soviética”. Professor da Universidade de Oxford,Nial Ferguson perguntou,num artigo publicado sobre Eric Hobsbawm em setembro de 2002, no Daily Telegraph : 
                    “Como pode um brilhante acadêmico cometer um erro político por tanto tempo – por cinquenta anos, para ser exato, período em que foi membro do Partido Comunista ? Como pode ele continuar a acreditar, como ele claramente faz, que alguma coisa pode ser salva da lamentável empresa de Lenin e seus asseclas ? A tragédia do comunismo – o que custou a vida de dezenas demilhões – é que um homem com a inteligência de Eric Hobsbawm não pôde ver – e ainda não pode – que o comunismo foi a negação tanto da liberdade quanto da justiça,em nome de um espúrio e falso igualitarismo”. 
                     As simpatias pelo ideal comunista ainda hoje dividem historiadores. Quando uma edição de bolso do Manifesto Comunista apareceu – surpreendentemente – no terceiro lugar na lista de livros políticos mais vendidos  publicada toda semana pelo Mail on Sunday,procurei Kenneth R. Minogue,titular da cadeira de Ciência Política da London School of Economics : 
                    – É preocupante ver como um melodrama simplista como este Manifesto é tão popular – disse-me,na entrevista.Eu diria que é simplesmente notável a simplicidade de gente que acredita que um intelectual alemão – escrevendo em 1848 – possa entender a essência do mundo moderno. A um amigo que quisesse entender as tentações do totalitarismo,eu recomendaria que lesse o Manifesto Comunista e ouvisse aquela canção do musical “Cabaret” chamada  “Tomorrow Belongs to Me” (“O Amanhã me Pertence”). Tanto o Manifesto como a canção exibem um belo otimismo e uma simplicidade de raciocínio que terminam levando à morte e à destruição.  
                         Hobsbawm resumiria em três linhas,no parágrafo final do livro autobiográfico  “Intersting Times” o que sente no início do século XXI :  
                         - Não nos desarmemos, ainda que os tempos sejam insatisfatórios.A injustiça social ainda precisa ser denunciada e combatida.O mundo não ficará melhor por conta própria).
(*) Entrevista gravada em Londres, em 1995. A íntegra da entrevista com Eric Hobabawm – assim  como com o filho do líder soviético Nikita Kruschev, com um general da KGB e com o agente encarregado de eliminar Leon Trotsky -  foi publicada no nosso livro “DOSSIÊ MOSCOU”

13 Comentários para “Eric Hobsbawm : Pecado capital do capitalismo é injustiça social. Pecado capital do socialismo foi a falta de liberdade. Mas ainda há “um vasto espaço para o sonho””

  1. 1
    Didier
    É preguiça intelectual dizer que Hobsbawm fez a autópsia do socialismo. A entrevista deixa bem claro, para o bom entendedor, que as críticas do historiador se voltam para a versão stalinista do ideal político-social do marxismo. Hobsbawm nunca deixou de acreditar no socialismo como forma política concreta de mudança social.
  2. 2
    gabriel
    Geneton, correta a análise, os estados soviéticos nada têm a ver com o Estado Operário fundado em 1917 com amplas liberdades democráticas muito maiores que a ditadura burguesa liberal. Os verdadeiros marxistas, como Trótsky, Nahuel Moreno, Pierre Broué, sempre defenderam uma revolução internacional onde os explorados do mundo tomem para si a história em construam um mundo novo, tal como a burguesia fez há 300 anos.
    Não socialismo não é utopia, é uma necessidade para um mundo com um produção desenfreada que gera crises, fome e guerras. Por mais os grandes veículos de comunicação ligados às grandes corporações econômicas, grandes interessados em manter tudo como está, digam para bilhares de pessoas no globo que a história acabou, você bem sabe que a história da humanidade muda, como muda a natureza. Socialismo, liberdades REAIS, ou barbárie capitalista.
    Viva Hobsbawn!
    Viva o Socialismo, o mais belo anseio e sonho da humanidade!
  3. 3
    Vagner
    Gostaria de entender a injustiça social, termo estampado no titulo de seu artigo, no minimo duvidoso, que o capitalismo promove. Quando eu digo capitalismo, quero dizer o capitalismo laissez-faire, sem nenhuma intervenção estatal, muito bem descrito pelo saudoso economista Ludwig von Mises, que no final de setembro, se estivesse vivo, completaria 130 anos. É ignorância negar que somente o capitalismo, dentro de todos os outros sistemas que já existiram e existem por ai até hoje, tem o poder de nos promover uma vida mais digna. Percebemos isso claramente quando olhamos para o período pré revolução industrial. Somente o capitalismo é capaz de promover acensão. Foi ele o responsável pela melhoria absurda na qualidade de vida de bilhões de pessoa ao longo do seculo. Se meu pai tem uma qualidade de vida melhor do que meu avô e eu tenho uma qualidade de vida melhor que a do meu pai é graças ao capitalismo. Injustiça social é trabalharmos quase seis meses para um governo inchado, que apenas nos promove o roubo, a coerção e a violência. Não existe sistema mais digno que o capitalismo, pois ele está enraizado com a liberdade individual.
  4. 4
    Cairo Barbosa
    Infelizmente, ainda hoje jornalistas medíocres têm voz ativa e falam – porque emanam opiniões de grandes veículos – absolutas asneiras intelectuais, agredindo diretamente os que estudam e discutem tais temas. Na academia, há pessoas que dissecam as análises marxistas mais vastas, e nem por isso têm essa soberba toda pra falar do tema como você, autor do blog. Sugiro-lhe ESTUDOS, porque ainda lhe falta muito conteúdo teórico-crítico para emitir uma opinião minimamente aceitável sobre Marx, marxismo e, principalmente, socialismo.
    \\"Jornalistas nada mais são do que fantoches irreflexivos\\"
  5. 5
    Antônio Mendes
    Vagner, concordo com você que a liberdade é a maior conquista do capitalismo e que é um valor inegociável. Entretanto você tem que concordar, dentro desse mesmo pensamento, que o capitalismo laissez-faire é algo que se aproxima muito do anarquismo. Sendo assim, essa mesma liberdade é que permite que indivíduos vencedores dentro do sistema capitalista abusem de outros indivíduos que não se deram tão bem, o que é a tal da injustiça social. Não acho que capitalistas sejam pessoas ruins por natureza, no entanto a meta individual que o capitalismo impõe a cada um de nós acaba nos cegando a respeito da situação do outro, não ligamos se o vizinho está passando fome ou se lhe falta algo necessário. Alguns de nós simplesmente não tem sucesso no jogo da vida, por motivos que extrapolam muitas vezes a própria incapacidade. Você acha que esses indivíduos devem ser simplesmente eliminados por serem \\"perdedores\\" dentro desse sistema? O socialismo nasce exatamente dentro dessa questão. O maior equívoco do socialismo real foi exatamente tranferir essa responsabilidade para o Estado, o que um dia se tornou a desgraça que foi o totalitarismo comunista e hoje ainda se reflete em Estados que massacram seus contribuintes com impostos altíssimos que não se convertem em benesses sociais. Para mim, a questão socialista deveria ser menos política e mais moral. A responsabilidade socialista é de cada um de nós. Devemos trabalhar todos os dias não apenas pelo nosso bem e de nossos filhos, mas pela nossa comunidade. Os que tem mais tem que ajudar os que tem menos sim! E é exatamento por que a maioria de nós não faz nada a respeito que de vez em quando aparecem uns loucos que tentam impor tudo isso a força. Vamos tomar as rédeas. Viva o socialismo! Liberdade e justiça social!
  6. 6
    Vagner
    Antônio Mendes: Não citei anarquismo. Todo e qualquer dano contra a propriedade alheia deve ser punida. Não existe abuso, existe liberdade. Você trabalha pra quem quiser, quando quiser e por quanto quiser, desde que a outra parte esteja disposto a aceitar. Sempre irá existir desigualdade social. O capitalismo laissez-faire é baseado na meritocracia. Aquele que se dedica, estuda e enfrenta os ricos ganha mais dinheiro que o acomodado. Os socialista chamam isso de injustiça e espoliação. Eu chamo de livre arbítrio, justiça e liberdade.
  7. 7
    Carlos
    Vagner neoliberal,
    Em que mundo você vive em que todas as pessoas nascem com a mesma oportunide de crescimento.
    Tenho certeza que você não nasceu numa favela, nem seus pais eram analfabetos. Tenho certeza que se
    você tem filhos, eles não estudam nas escolas públicas. Esse pensamento que o mais forte deve passar por cima dos mais fracos é que gera todo violência e falta de humanidade que vivemos hoje.
  8. 8
    Giba
    Lamentável o viés maniqueísta com que alguns abordam o tema. Ora, a experiência nos tem mostrado que nenhum sistema é totalmente ruim ou totalmente bom. Buscar um sistema “perfeito” é utopia. Penso que o mais viável seria buscar o que cada sistema (esses e outros) tem de bom, criando-se novas possibilidades. Ficar estáticos, apenas criticando os erros passados, é apenas um mecanismo de tentar disfarçar nossa incompetência de “pegar” nosso presente e futuro em nossas próprias mãos. Todos defendem um e criticam outro sistema, mas ninguém apresenta novas alternativas.
    De qualquer forma, o diálogo, desde que respeitando-se princípios elementares de civilidade, é sempre produtivo. É certamente o caminho que poderá gerar novas possibilidades.
    As ofensas às idéias ou profissões dos demais nada mais são que demonstrações de estupidez.
  9. 9
    Elson
    Com o passar dos anos nos tornamos mais superciais. Superficiais em quê? Superficiais em tudo: no falar, no pensar, no agir, no vestir. Nos influenciamos por uma massa avassaladora que não deixa escape para uma possível fuga, para uma possível libertação. Somos escravos de nossa própria criação e desenvolvimento. O que nos tornamos? Produtos meramentes descartáveis, onde o nosso uso é sorteado talvez por uma força motriz que se espalha e contamina até o impossível, fazendo de nós um produto do acaso, como se estivéssemos em uma escotilha sendo vigiados dia e noite por uma platéia que deseja veemente a extinção da própria espécie. O que seria então importante nesta vida? Já que vivemos em função de uma alucinação crônica que nunca se esvai; lutamos em favor de uma liberdade que não podemos se quer controlar.
  10. 10
    Joana
    Socialismo é, de fato, SONHO, e jamais passará disso. Em que momento, na história da humanidade, houve uma sociedade igualitária e com “justiça social” que não evoluísse posteriormente para a clássica exploração do homem pelo homem? Ou pior, para o totalitarismo em nome do “bem comum”? Discussões acerca do Marxismo e do Socialismo parecem ter muita importância somente em círculos intelectuais restritos, desconectados do que de fato ocorre no dia-a-dia da humanidade. Aliás, alguém aqui estaria disposto a dividir a sua casa, o seu emprego, o seu salário ou o seu cartão de crédito com os “injustiçados sociais”? A natureza humana é egoista, até por uma questão de sobrevivência, e não há filósofo ou doutrina que vá mudar isso.
    O ideal comunista é uma piada de mau gosto. Acredite nela quem quiser.
  11. 11
    Thiago Sampaio
    Sim Joana, mas justiça social nunca se tratou de repartir as coisas dos abastados com os necessitados. Se trata de todos terem as mesmas oportunidades quanto a acesso à educação, ao emprego, à moradia, ao bens e serviços, etc, e aí cada um ser diferenciado do outro apenas meritocraticamente – quem se esforça mais, tem a geladeira mais cheia. E é possível atingir isso sem conflitar com a natureza humana. Nesse sentido, o comunismo é totalmente falho. É aquilo que um professor meu da faculdade falou, o marxismo é mais denuncista do que propositivo. Eu diria que muito mais, porque as críticas que essa corrente filosófica faz ao capitalismo são fantásticas; mas as alternativas que ela propôs até então foram utopias falhas fadadas ao fracasso. É por isso que eu gosto do Hobsbawm. Ele é um marxista pé-no-chão. Ele sabe e reconhece que o comunismo é um fracasso. Mas isso não significa que não seja possível propor alternativas que possam superar a exploração capitalista (ou que isso jamais vai passar de um sonho, como você disse). E é por isso que o célebre autor diz que \"ainda há um vasto espaço para o sonho\".
    Seja mais otimista, venha fazer parte da construção desse novo mundo!
  12. 12
    Leticia Martelle
    QUE BABAÇÃO DE OVO + RIDICULA !!!

    Cristina Lobo, seus comentários políticos , cada vez + previsíveis, repetitivos e parciais a favor de Lula . A senhora como sempre uma bajuladora de Lula .

    A senhora virou uma comentarista previsível , porque no final todos sabem que a senhor a sempre vai bajular o molusco mesmo que ele seja condenado no mensalão.
    É ridículo sua parcialidade e bajulação.

    Por isso que bomba nas redes sociais, sua cumplicidade ridícula de promoção, proteção e babação de ovo para com o Lulão do Mensalão.
    Ridículo, a senhora deveria mudar o disco ou transformar sua bajulação em algo + discreto Pelo menos para preservar o nome da Globo News oco emissor a independente .

    Acorda Cristina Lobo, vai na internet , nas redes sociais e observe que falam sobre a senhora e seu comportamento ridículo quando bajulas protege e promove o Lulão do Mensalão.

    CAI NA REAL CRISTINA LOBO , NÃO COMPROMETA A SERIEDADE QUE É A GLOBO NEWDS !!!!
  13. 13
    Mauro Alexandre
    Acabei de assistir agora a pouco no YouTube um belíssimo filme de 1981 ELES NÃO NÃO USAM BLACK-TIE que conta a história de uma gente simples porem batalhadora que resolvem entrar em greve reivindicando melhorias sálariais mesmo trabalhando dentro de uma pequena empresa.
    Fazer um filme desse tipo em plena época de censura política não deve ter sido nada fácil. Fico aqui pensando porque será que nos dias de hoje não temos filmes desse tipo, filme que mostra que os sonhos nunca acabam.

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