Dívidas da prefeitura de Salvador explodiram durante gestão do prefeito Mário Kertész
31 de Maio de 2012 - Sem comentários ainda
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Por Charles Carmo
'Esta e outras conclusões podem ser encontradas no documento "Políticas Culturais de Salvador na gestão Mário Kertész (1986-1989)", estudo publicado pelo Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (CULT).
O radialista Mário Kertész é um dos possíveis candidatos à prefeitura de Salvador, pelo menos esta é a vontade do PMDB, segundo notícias vinculadas no site Política Livre.
Quando prefeito de Salvador (1986-1988), Mário Kertész foi responsável pelo aumento exponencial da dívida da prefeitura da capital baiana, segundo pesquisadores.
Esta e outras conclusões podem ser encontradas no documento “Políticas Culturais de Salvador na gestão Mário Kertész (1986-1989)”, estudo publicado pelo Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (CULT).
Eis um trecho do documento:
“A segunda gestão de Kertész, quando eleito por voto direto, foi marcada pelo esvaziamento dos órgãos de planejamento da prefeitura, que tiveram suas funções convertidas para uma Secretaria Extraordinária de Programas Especiais. Esta Secretaria, chefiada por Roberto Pinho, ficava à frente dos dois principais programas da administração de Kertész, o Transporte de Massa de Salvador e a Fábrica de Equipamentos Comunitários (Fernandes, 2003) autarquia destinada à produção demobiliário e equipamentos urbanos, fornecidos a diversos projetos da Prefeitura.
Uma das maiores heranças deixadas por Kertész neste mandato foi uma dívida 13 vezes maior que a herdada do prefeito anterior, Manoel Castro. Ao deixar o cargo, Kertész repassou para seu sucessor, Fernando José, uma série de contratos que aumentariam o endividamento da Prefeitura de Salvador até a exorbitante soma de 400 milhões dereais, no período entre 1977 e 1992.
O agravamento da dívida da Prefeitura na gestão Kertész se deveu ao estabelecimento de contratos entre a administração municipal e empreiteiras, que foram autorizadas a seqüestrar as verbas da Prefeitura a fim de que fosse priorizado o pagamento dos serviços contratados. Assim, os recursos da Prefeitura eram transferidos diretamente para as contas das empreiteiras, ficando o restante dos pagamentos comprometidos. Esses contratos continuaram vigorando durante as gestões de Fernando José e Lídice da Mata.
Ainda sobre a controversa administração municipal de Kertész, Dantas Neto, que à época militava politicamente na esquerda baiana, afirma que a gestão promoveu o desmonte das políticas que vinham sendo discutidas e planejadas desde o regime militare que ansiavam por se concretizarem num governo eleito democraticamente (Dantas Neto, 2000).
O mesmo autor afirma ainda que o populismo que sustentou a atuação de Kertész na prefeitura teve sua base de ação numa nova camada social de pobres urbanos, que cresceu rapidamente e não se reconhecia tanto nos movimentos sociais organizados como na esquerda universitária que orientava a ação da Câmara. O diálogo de surdos que se travava entre a elite política e intelectual de esquerda e o novo pobre urbano foi fator fundamental para o desmonte das estruturas de governo democrático que vinham sendo construídas.
Levando adiante as lições aprendidas na convivência com o líder do carlismo, MárioKertész governa a cidade com a marca forte do populismo, realiza uma série de obras faraônicas, e consegue fazer seu sucessor elegendo desta vez o radialista Fernando José (1989 e 1992), político inexperiente, que recebe de suas mãos uma prefeitura endividada e quase que totalmente comprometida com as forças do capital (Santos, 1997, p. 53)”.
Fonte: O Recôncavo
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