Deus está
morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos
consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu, até agora, de mais
sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem
nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de
desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? A grandiosidade deste ato
não será demasiada para nós? Não teremos de nos tornar nós próprios deuses,
para parecermos apenas dignos dele? Nunca existiu ato mais grandioso, e, quem
quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte, mercê deste ato, de uma
história superior a toda a história até hoje!

—NIETZSCHE,
Friedrich.A Gaia Ciência, §125.
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