sábado, 22 de junho de 2013

VEJAM A VERGONHEIRA DE MÁRIO KÉRTESZ QUANDO PREFEITO DE SALVADOR

Entenda a corrupção de Mário Kértesz

Texto baseado em informações da Província da Bahia

Em suas duas gestões como prefeito, entre 1979 e 1981 e entre 1986 e 1988, Mário Kértesz tinha como aliado seu então Chefe do Gabinete Civil, Roberto Pinho. Juntos, Pinho e Kértesz criaram rombos financeiros gigantescos e se enriqueceram às custas do dinheiro público.

Kértesz surgiu como um dos “filhotes” do então prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães, no final dos anos 60, integrando sua equipe. Tendo ACM como padrinho, Kértesz se tornou prefeito biônico (nomeado por governadores que eram nomeados pelo regime militar; o Brasil vivia uma ditadura), e no meio do caminho ACM e Kértesz brigaram e este foi demitido por aquele. Em 1982, numa de suas entrevistas, ACM chamou Mário de “judeu fedorento”.

Mário Kértesz ressurgiu em 1985 com uma campanha contra seu antigo padrinho. Se elegeu e tentou impressionar a opinião pública como “força oposicionista” da capital baiana, chegando, neste mandato, a nomear o popular cantor Gilberto Gil como seu Secretário da Cultura. Nos bastidores, Kértesz e Pinho criaram as empresas Renurb (Companhia de Renovação Urbana) e Faec (Fábrica de Equipamentos Comunitários). São duas autarquias “fantasmas”, presididas por Pinho.

A armação veio quando Kértesz e Pinho, juntamente com o então dono das construtoras Sérvia e Engepar, Thales Nunes Sarmento, decidiram desviar recursos do Fundo de Participação dos Municípios do Governo Federal e do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para seus patrimônios pessoais.

Esses recursos, destinados a Salvador, eram solicitados sob o pretexto de supostas dívidas contraídas pela prefeitura do município. Muitas obras de grande envergadura, como o projeto Transporte de Massa de Salvador (TMS), ancorado pelo corredor Bonocô-Iguatemi, eram paralisadas ainda em andamento, propositalmente, para “justificar” as dívidas.

Junto a essa estratégia, Kértesz e Pinho criaram artifícios legais que permitissem que empreiteiras e bancos pudessem sacar 100%, diretamente da boca do cofre, das verbas enviadas pelo FPM e ICMS à capital baiana. As empresas de Thales Sarmento “pagavam” antecipado à Renurb e Faec por serviços e equipamentos que estas posteriormente declaravam ser inviável realizar ou entregar.

Kértesz anunciava a suposta dívida, e delegava às empreiteiras os contratos que lhe autorizavam o bloqueio e o saque das verbas municipais a partir de 1o. de janeiro de 1989. Muitos desses contratos eram assinados no dia anterior à saída de Kértesz da prefeitura. O seqüestro de verbas da prefeitura atravessou duas gestões (Fernando José e Lídice da Matta), e só foi derrubado por ação movida por Antônio Imbassahy, já como prefeito de Salvador, em 1997. Imbassahy adaptou e concluiu obras deixadas incompletas por Mário Kértesz.

A corrupção de Kértesz e Pinho se arrasta por mais de dez anos na Justiça. A denúncia delas pelo jornalista free lancer Fernando Conceição (hoje editor da Província da Bahia), fez Kértesz decair na trajetória política. Com o desvio de verbas, Kértesz adquiriu as rádios Clube AM, Itaparica FM e Cidade FM, comprou ações na TV Bandeirantes local e, após reatar relações políticas com ACM, foi nomeado último interventor do Jornal da Bahia, que sofria perseguição política por parte de Magalhães. Deste patrimônio, a Itaparica FM foi vendida, as ações da TV Bandeirantes foram canceladas mediante denúncia da revista Veja, e o Jornal da Bahia faliu, não nessa ordem.

A atuação de Kértesz não foi devidamente analisada por João Carlos Teixeira Gomes no livro Memórias das Trevas nem por Francisco Alexandria, no livro Dom Carlos Corleone. Preocupados em denunciar o mandante do assassinato do Jornal da Bahia, eles erraram ao poupar seu executor, timidamente citado em seus livros.

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