sábado, 14 de julho de 2012

MADAME FREUD, UMA MULHER SEM ESCOLHA


20 Março 2009

MADAME FREUD, UMA MULHER SEM ESCOLHA

Madame Freud: um retrato íntimo e revelador do pai da psicanálise pelo olhar de sua esposa

Esposa fiel, calada, submissa, mas principalmente uma esposa. A história de uma das principais personagens na vida de Sigmund Freud. Vivida no final do século atrasado e quase a metade do século passado. A história de Martha, a viúva de Freud, que a revela como uma testemunha privilegiada da vida de Sigmund. De quem ela traça um retrato sem piedade. Uma historia da invenção e do desenvolvimento da psicanálise e de um tempo que viu mudar a face do mundo.

Madame Freud, foi escrito pela psicanalista francesa Nicolle Rosen. Foi um lançamento da Verus Editora em 2008. Trata-se de uma biografia romanceada que proporciona ao leitor um retrato íntimo e revelador de Sigmund Freud, de seus amigos mais próximos, seus desafetos e de toda a sua família, pelo olhar de sua esposa. Sobretudo trata-se do retrato de Martha Freud. Uma mulher forte que nunca demonstrou ares de covardia ou fragilidade. Precisou esconder seus sentimentos mais íntimos. Após viver um noivado apaixonante. Teve uma vida conjugal silenciosa e conformada. Ficou esquecida por sua família e foi relegada ao segundo plano. Neta de um rabino influente e esposa de um judeu ateu. Abriu mão de sua religiosidade e da busca do saber.

Sigmund dava início ao nascimento da psicanálise, enquanto Martha cuidava da casa e dos seis filhos. Missão que executou com esmero, sem deixar se abater. Após a morte do marido, ela começou a refletir sobre toda a sua vida. Ela se dá conta de que seu verdadeiro talento e inteligência lhe foram negados.

Sete anos se passaram desde o falecimento de Freud, quando a escritora e jornalista norte-americana Mary Huntington-Smith escreve para Martha propondo-lhe uma biografia. Foi, talvez, um momento de rebeldia que Martha encontrou para revelar-se e mostrar ao mundo os mistérios de seu universo enclausurado.

Assim, Nicolle Rosen cria uma surpreendente escrita de intimidade intensa entre o leitor, Mary Huntington-Smith e Martha. O leitor penetra nas mais profundas angústias de Martha, em seus ciúmes, em sua abstinência sexual a partir dos 35 anos, no relacionamento com seus filhos, na intromissão de sua irmã Minna e na maneira como rejeitou a própria filha, Anna Freud.

Curiosa a passagem que Nicolle descreve uma das fotos da família Freud como “uma espécie de ceia, na qual Sigmund ocupava o centro”. A santa ceia. A presença goy que ronda a família na figura de governantas e outros serviçais.

Esta ficção contou com anos de pesquisa meticulosa de Nicolle Rosen e tem o poder excepcional, de fazer com que o leitor desvende o lado obscuro de Sigmund Freud e sua esposa que sempre se conformou com o silêncio.

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