sábado, 24 de setembro de 2011

(You're So Square) Baby I Don't Care (Live at Wembley 11-07-1986)

Love Of My Life (Live at Wembley 11-07-1986)

Mills Brothers - Cab Driver (Original Stereo)

Frank Sinatra - Don't Cry Joe (Original)

Du Droppers - I Wanna Know (Original)

Patsy Cline - You Belong To Me

Dinah Washington - September In The Rain (Original Stereo Remastered)

Sociedade alternativa - Raul Seixas

Chico Science - Maracatu Atômico t

Chico Science - Corpo de lama

Chico Science e Nação Zumbi - Todos Estão Surdos

Chico Science & Nacao Zumbi - Da Lama Ao Caos

Chico Science e Nação Zumbi - Manguetown (Clipe)

Matrix - Trabalho de Sociologia e Filosofia

O Mito da Caverna e Matrix

O Mito da Caverna - Platão

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Primavera - Tim Maia

Gostava tanto de voce - Tim Maia

TIM MAIA - CRISTINA

Tim Maia - Canção Para Cristina

Eu Nasci a 10 mil Anos Atrás - Raul Seixas

raul seixas maluco beleza

Raul Seixas - Metamorfose Ambulante

Raul seixas Cowboy fora da lei

Raul Seixas - Tente Outra Vez Clipe

Zé Ramalho-Admirável Gado Novo ( Ao Vivo )

ZÉ RAMALHO CHÃO DE GIZ

Geraldo Vandré - Pra não dizer que não falei das Flores

Webb Pierce - I Ain't Never (Original Stereo)

Carl Perkins - Honey Don't (Original)

For A Few Dollars More (Theme by Ennio Morricone)

Ennio Morricone - Once upon a time in the West

Exodus(1960) - theme

Zorba The Greek

Slash The Godfather Theme Cover

The Godfather Soundtrack

Andre Rieu (Love Theme From Romeo & Juliet)

Love Story Theme 1970

Doctor Zhivago - Lara's Theme

Doctor Zhivago Trailer 1965

Girassóis da Rússia, Os  (The Sunflowers) (I Girasoli) 1970

ghost

Em algum lugar do passado - Filme e música

"...E O VENTO LEVOU" - O CLÁSSICO DOS CLÁSSICOS!

Tema do filme, Suplício de uma Saudade (1955)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Le fabuleux destin d'Amélie Poulain - 2001



Le fabuleux destin d'Amélie Poulain - 2001

 
Conversando com uns amigos sobre o filme, um deles disse que o filme era chato, monótono... Bem, como eu iria convencê-lo de que o filme era bom demais? Até tentei dizer que talvez ele não tivesse prestado atenção, mas gosto não se discute.  O filme é belo demais, a trilha sonora é algo “minha filha violinista tocou em um recital”. Tudo no filme é singular, a narrativa, a expressão de Amélie, uma jovem parisiense, encantadoramente tímida, exótica e de uma prodigiosa imaginação.  Amélie foi privada pelos pais de contato com o mundo exterior, por acreditarem que ela tinha problemas de coração. O coração acelerava toda vez que o pai, um médico, lhe fazia exames cardiológico, ao contrário do que ele pensava, era apenas nervosismo que ela sentia com a rara aproximação. Educada pela mãe, uma professora, não freqüentou a escola, cresceu isolada até mudar-se para um bairro parisiense para trabalhar de garçonete, onde passou a se relacionar com as pessoas. 

A partir do dia que entregou uma caixa, que estava escondida no banheiro de sua casa a um homem, passou a ver o mundo de  maneira diferente. Amélie se apaixona e de forma criativa muda seu destino. A fotografia é bsatante expressiva no filme, assim como a arte, as cores resumindo-se em poesia. 

Embora seja um filme poético como refiro-me, ou doce,  ele aborda aspectos importantes a existência humana como o próprio existencialismo, sentimentos, enfim, o comportamento cotidiano das pessoas. E muitas passam pela vida dela, como a colega mal humorada que faz sexo no banheiro, experimenta a felicidade para depois chatear-se com o ciúme excessivo do namorado. O homem a quem ela entrega a caixinha e se impressiona ao vê-lo emocionado. O homem de vidro com sua sensibilidade, não a dos ossos, mas quanto aos detalhes de sua pintura. O pintor aconselha Amélie a saltar sem hesitar porque ela não tem ossos de vidro, podendo suportar as quedas da vida. 

Não gosto de ver um filme duas vezes, exceto se for muito bom. É o caso de “O Fabuloso Destino de Amélie Polan” que certamente se juntará aos clássicos de cinema. 

Olha que coincidência... (????)

Ontem eu assisti pela enésima vez ao filme "Le fabuleux destin d'Amelie Poulain" ou o Fabuloso destino de Amelie Poulain(em Português). Amo esse filme, o tema, a fotografia, a direção, a trilha sonora, enfim, tudo...
Fiquei lembrando que minhas sobrinhas e alguns amigos me acham muito parecida com ela, às vezes até me chamam de Amelie e tal..
Pois é..
Hoje, enquanto dirigia para o trabalho, aconteceu algo muito engraçado.. No som do carro, estava tocando o cd da trilha do filme, a faixa "Comptine d'un autre ete, l'apres midi", para ser exata. Nesse momento, um rapaz em outro carro falou para mim: "Amelie, me leva para Montmartre com você.."
Só consegui dar uma risada e fazer um cumprimento como se dissesse: "Vamos lá.." :0)
E segui, sem mais delongas..
Estava vindo de uns dias de crise existencial(muito comuns em minha vida), uma fase muito triste, melancólica e esse episódio me fez rir naturalmente, me trazendo uma leveza que me deixou muito bem..
Mas pensei: "Putz.. Que coisa... Ontem assisti mais uma vez a esse filme, agora está tocando o cd do filme, e esse cara me fala uma coisa dessas! E tudo de repente..."
Essa vida é louca mesmo, viu....
Ou não... rs..
Depois disso tudo, lembrei desse texto do Jabor:
Hoje, só as bestas quadradas serão felizes – Arnaldo Jabor

Fui ver o filme Amélie Poulain, que está estourando nas bilheterias mundo afora.

Disseram-me que era "esperançoso, um refrigerio para o aterrorizante mundo atual". Armei-me de pipocas e mergulhei no escuro. Adorei. O filme é uma perfumaria , mas eu amei. Durante duas horas, esqueci de mim mesmo. E descobri a verdade inapelável: eu quero, eu preciso me "alienar", como se dizia antigamente.

A "alienação" virou uma necessidade social. O filme é uma fábula simpática de uma "neo-Poliana", uma chapliniana mocinha cheia de compaixão, que modifica a vida dos fracassados e infelizes.
Saí do cinema pensando: Amélie, eu quero ser outro. Não quero ser mais eu. Eu não me agüento mais, quero me "alienar", virar, se necessário, uma besta feliz. Eu fazia filmes, mas a vida me levou a virar jornalista, profissão que adoro, mas que me obriga a uma incessante observação do dia-a-dia, fazendo-me amargurado, num crescente rancor por um país que não se conserta, como queria minha geração romântica.
Por isso, Amélie Poulain, venha me modificar, me faça sorrir alvamente, me traga a baba dos idiotas, venha Forrest Gump, me vidre os olhos de parvoice, venha Prof. Pangloss, me ensinar a cultivar o jardinzinho dos babacas.

Enquanto milhões de árabes se acotovelam em Meca, unidos na única certeza de Alá, nós estamos sós. Não temos Alá; só temos o cinema americano, nossas religiões são ralas, não nos prostam a rezar para Meca, como lagartixas felizes cinco vezes por dia; vivemos dentro da angustiante democracia liberal, que nos amaldiçoa com esta liberdade inútil.
Por isso, Amélie Poulain me inspirou uma lista de conselhos de auto-ajuda para nos devolver uma abjeta e deliciosíssima felicidade neste mundo sinistro.

Eia! Avante, românticos sofredores, cidadãos nostálgicos do Bem, aqui vai um Alcorão substituto, um guia de sobrevivência na selva global. O princípio básico é o “Não” - a negação de evidências, a técnica de nada ver, a “conduta de evitação”, como fazem os fóbicos.
“Não” olhar a miséria nas ruas, evitar os menininhos nos sinais cariocas, principalmente a nova invenção dos pequenos desgraçados, fazendo malabarismos com três bolinhas para ganhar esmola, menininhos esfarrapados diante de BMWs indiferentes.
“Não” olhar mães com nenéns no colo nos meios-fios e, se por acaso, entrarem em nosso campo de visão, imediatamente convocar a moral de classe média de que “essas mães podiam trabalhar, mas não o fazem por preguiça de enfrentar um tanque de roupa”.
“Não” ver noticiários, nem ler os jornais ácidos e veristas; não ver, por exemplo, os desgraçados sem-teto que serão expulsos à bala no Pará, enquanto o Jarbas Barbalho tem habeas-corpus. Diante da injustiça, blindar-se, lixar a alma, laquear o coração.
Mas, não pensem que somente a “alienação” é um bom procedimento. Podemos ser felizes também com “ideologias”.
Por exemplo, diante da tal “globalização” da economia, podemos ter duas atitudes. Uma, é acreditar, lívidos de certeza, que o livre mercado vai tirar o homem de suas dores e que a riqueza choverá sobre os emergentes, como festas da uva. Esperança neoliberal. Ou, então, cheios de entusiasmo, como em Porto Alegre, acreditar que homens e mulheres com camisetas de Guevara e tocando o tambor de Mercedes Soza ou com as “veias abertas” de amor pela América Latina, como Galeano, conseguirão reverter a exclusão e a fome, apenas pelo dom mágico das palavras de ordem. Esperança de “esquerda”.
São as delícias do auto-engano: nas duas posições, de olhos vidrados, arfantes de certezas, evitaremos o incômodo de ver a evidente vitória do capitalismo mais bruto.
Dica de felicidade: esquecer a Arte. Isso mesmo. Essa tal de “Arte” que sempre nos evocou um ideal de harmonia, essa saudade da natureza da qual nos exilamos, essa fome de eternidade tem de acabar de uma vez por todas. Abaixo Bach, Goya, Shakespeare, Rimbaud e toda uma lista negra de velhos idiotas. Devemos nos banhar nos filmes americanos, nas audições de axé music, de pagodes e raps, de bundas e garrafas, até o momento em que, tomados pela revelação pós-moderna, exclamarmos em lágrimas: “Sim, sim, Schwarzenegger, sim, techno music, sim Celine Dion, sim Phillipe Starck, sim Grisham, sim, eu vi a luz! Aleluia!"
Outra dica: tirar da cabeça o velho hábito ocidental do criticismo. Aceitar tudo que nos é oferecido, com lábios trêmulos de gratidão: “Sim, sim, Silvio Santos, sim, Ratinho, sim, Edir Macedo, sim, obedecemos...”
Há muitas formas de ser feliz. Pode ser pela adesão ao princípio do “"melhor dos mundos”, das pequenas maravilhas do cotidiano: “Ohh... como é belo o amor à vida que esses favelados têm...” ou por uma transposição fatalista meio oriental : “Ohh... esta enchente que matou 200 estava escrita - deve ter um lado bom...”
Também é possível ser feliz pela entrega total a uma infelicidade, a um pessimismo absoluto tipo Cioran, pela deliciosa alegria dos céticos, pelo desprezo pela vida lá fora.
Sem esquecer os “militantes imaginários” que torcem pelo “bem do Homem”, como pelo Palmeiras, com a consciência limpa, em casa, de pijama.
Meus mandamentos de felicidade atual não caberiam neste artigo. Mas as regras básicas são: esquecer os outros e só atentar para si : “Eu sou mais eu..”
Entregar-se ao consumo: “A felicidade é meu jeans Calvin Klein.”
Entregar-se ao narcisismo radical: “Não há popozuda mais siliconada na Avenida.”
A busca da ignorância mais negra: “Não me venha com papos-cabeça!”
Ou mesmo a adesão ao mais remoto feudo-cabeça: “Fora Mallarmé, o resto é lixo...
E só assim, “alienados”, com os olhos bem tapados, com o coração lacrado, com o cultivo da estupidez, com a devoção à baba elástica e bovina dos imbecis, poderemos chegar à revelação final e, num rasgo de felicidade, amar para sempre a beleza do excremento!
Tenho minhas restrições a algumas coisas que o Arnaldo Jabor escreve, mas esse texto, além de citar o filme em questão, e por isso me fez lembrar dele(do texto), discorre sobre um tema muito interessante e com o qual concordo em gênero e número.
Definitivamente é desesperador esse panorama da realidade em que vivemos.
E como é raro conhecer pessoas como a Amelie, que se põem disponíveis para tentar melhorar, de alguma forma, a vida das outras pessoas que a cercam..
O Jabor soube traçar um retrato dessa total alienação, dessa globalização asquerosa, consumista e cruel, ou como eu preferiria dizer, dessa disseminação de pessoas “normóticas”. Claro que construiu seu texto de uma maneira irônica, porquanto não poderia ser diferente, ou correria o risco de parecer “careta”, ou ultrapassado, mas ao mesmo tempo, mostra, subliminarmente, que nem tudo está perdido, ou que pelo menos devemos lutar pela busca de uma felicidade nossa, interna, pessoal, no meio desse mundo sinistro, angustiante e que só venera o consumo, o narcisismo e a ignorância.
Mas sempre me surge uma dúvida:
Será que ser uma "besta", consumista, narcisista e ignorante, enfim, um normótico, não seria melhor?? Nesse caso, não precisaria encarar nenhuma luta, não seria necessário encarar os olhares dos outros censurando seu jeito de vestir, de ser, de pensar, de agir, de trocar certas situações confortáveis por outras mais complicadas, por cogitar começar tudo de novo, etc... Era só se adaptar ao comum, à moda e entrar na "onda"... Simples assim.. Seria muito mais fácil, não é mesmo? Talvez...
Mas é um fato... Na minha humilde opinião, paga-se um preço muito alto por ser igual, padronizado... O preço de perder o que você realmente é. De se tornar o mesmo, o outro..
Na verdade, conseguir ser diferente e singular nesse mar de rótulos e padrões não é uma luta, é uma guerra!!
Insana!!

Mas que vale muito a pena... Pois só dessa forma, você pode saber quem você é... Assim saberá que não se parece com mais ninguém.. E que portanto não deve nada a ninguém, não está plagiando ninguém, pois aquilo que é seu, que você faz, que está em você só pertence a você... Ser quem você é te dá mais coerência e tranquilidade, para saber aceitar um erro cometido e pedir desculpas, e ficar satisfeito e feliz quando receber um elogio e agradecer. Isto é, quando você se desculpa, foi por um ato seu, só seu, e quando agradece, agradece por você, só por você.. Para mim, esse ainda é o ponto mais próximo que alguém pode chegar da verdadeira liberdade. E isso é ótimo!!! :oP

Bjo.

Música: Comptine d'un autre ete: L'apres midi da trilha do filme O Fabuloso Destino de Amelie Poulain.

Le fabuleux destin d'Amélie Poulain - 2001


Sinopse
O filme conta a história de Amélie, uma menina que cresceu isolada das outras crianças. Isso porque seu pai achava que Amélie possuia uma anomalia no coração, já que este batia muito rápido durante os exames mensais que o pai fazia na menina. Na verdade, Amélie ficava nervosa com este raro contato físico com o pai. Por isso, e somente por isso, seu coração batia mais rápido que o normal. Seus pais, então, privaram Amélie de frequentar escola e ter contato com outras crianças. Sua mãe, que era professora, foi quem a alfabetizou até falecer quando Amélie ainda era menina. Sua infância solitária e a morte prematura de sua mãe influenciaram fortemente o desenvolvimento de Amélie e a forma como ela se relacionava com as pessoas e com o mundo depois de adulta.

Após sua maioridade, mudou-se do subúrbio para o bairro parisiense de Montmartre, onde começou a trabalhar como garçonete. Certo dia, encontra no banheiro de seu apartamento uma caixinha com brinquedos e figurinhas pertencentes ao antigo morador do apartamento. Decide procurá-lo e entregar o pertence ao seu dono, Dominique, anonimamente. Ao notar que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e remodela sua visão do mundo.

A partir de então, Amélie se engaja na realização de pequenos gestos a fim de ajudar e tornar mais felizes as pessoas ao seu redor. Ela ganha aí um novo sentido para sua existência. Em uma destas pequenas grandes ações ela encontra um homem por quem se apaixona à primeira vista. E então seu destino muda para sempre.


Existencialismo
sobre Sociofilosofia por Algo Sobre
conteudo@algosobre.com.br

Termo usado para designar a filosofia de pensadores que se preocupam com a existência finita do homem no mundo, descartando questões metafísicas como a imortalidade e a transcendência. Como é aplicado a filósofos muito diferentes, há quem negue sua existência como escola de pensamento. Os nomes mais identificados com o existencialismo são os dos franceses Jean-Paul Sartre e Maurice Merleau-Ponty (1908-1961). É um movimento do século XX, mas tem fortes raízes na obra de filósofos do século XIX, como Sören Kierkegaard (1813-1855) e Nietzsche.

Os existencialistas rejeitam o princípio do cartesianismo de que o homem existe porque pensa. Para eles, o ser humano pensa porque existe. A consciência, para os existencialistas, não antecede a experiência. Ela é parte da existência, que, por sua vez, é construída com a vivência, o contato com outras pessoas e objetos. O próprio homem cria essa existência em função de seus sentimentos, desejos e, principalmente, de suas ações. Ele se forma a partir de suas escolhas. 

Por isso, os existencialistas prezam a liberdade e a responsabilidade e rejeitam o conformismo. Para eles, essa posição estende-se à política. Depois da II Guerra Mundial, o movimento influencia a literatura. 

Tal como o surrealismo, não determina pontualmente, de modo sensível, a literatura portuguesa (a não ser na obra do seu introdutor romanesco e filosófico, Vergílio Ferreira, que o teoriza e pratica de modo apologético e polémico, sobretudo contra a estética neo-realista, quer na sua narrativa quer no seu ensaio), mas exerce uma influência decisiva e prolongada mesmo em escritores que dos seus princípios estão aparentemente distanciados, como José Cardoso Pires ou Urbano Tavares Rodrigues, centrando-os na temática do absurdo e da necessidade da escolha ativa como afirmação da liberdade e da negação da morte.

Vida. Jean-Paul Sartre, novelista francês, teatrólogo, e maior intelectual do Existencialismo, - filosofia que proclama a total liberdade do ser humano. Foi premiado com o Nobel de literatura de 1964, que desconsiderou.
Infância e juventude. Sartre nasceu em 21 de junho de 1905 e faleceu em 15 de abril de 1980, em Paris. Ficou órfão de pai muito cedo. O pai, oficial da marinha, faleceu ainda jovem, dois anos depois do nascimento do filho. Foi, com sua mãe, Anne-Marie Schweitzer, viver em casa de seu avô materno, Carl Schweitzer, de origem alsaciana e protestante, professor de Alemão na Sorbone, em um apartamento no sexto andar de um edifício em Meudon, nos arredores da capital, nas proximidades do Jardim de Luxemburgo. O célebre pastor Albert Schweitzer, prêmio Nobel da Paz de 1952, era sobrinho de seu avô, primo de sua mãe.
Sartre estudou primeiro no Liceu Henrique IV, em Paris. Mais tarde estudou no liceu em La Rochelle, localidade onde, tendo sua mãe se casado segunda vez, a pequena família passou a residir.

Após o liceu completou sua educação ingressando em 1924 na École Normale Supériure, onde se graduou em 1929. Ainda estudante passou a viver com Simone de Beauvoir (1908-1986) de quem nunca se separou. Na École Normale foi contemporâneo de escritores que viriam a ser intelectuais de renome, como Raymond Aron, Maurice Merleau-Ponty, Emmanuel Mounier, Jean Hippolyte, Claude Lévi-Strauss e a filósofa social esquerdista da escritora Simone Weil, (1909-1943) ativista na Resistência à invasão alemã e ao nazismo, cujas obras publicadas postumamente tiveram grande influência no pensamento social na França e na Inglaterra..

Terminado o curso de filosofia, fez serviço militar em Tours, como meteorologista.
Nos anos que precederam a grande guerra Sartre lecionou, entre 1931 e 1933, no Liceu do Havre; em 1933-34 esteve em Berlim, estudando fenomenologia. De 1934 a 1939 continuou no Havre passando depois para Neuilly-sur-Seine.
Na Alemanha Sartre iniciou a redação de "Melancolia", romance recusado pelos editores e mais tarde publicado com o título "A Náusea".

Influências. No período de um ano passado em Berlim, Sartre estudou a fenomenologia do filosofo alemão Edmund Husserl (1859-1938), as teorias do existencialismo de Heidegger e Karl Jasper (1883-1969) e a filosofia de Max Scheller (1874-1928). A partir desses autores, chegou a Soren Kierkegaard (1813-1855).

Durante os anos que lecionou no Havre, Sartre publicou suas primeiras obras, "A Imaginação" e "A Transcendência do Ego". Nelas, a começar por L'Imagination (1936 - "A Imaginação"), explora o método fenomenológico de Husserl, que propõe a descrição dos objetos como fenômenos mentais sem qualquer idéia preconcebida ou preconceituosa. Porém, foi a publicação do La Nausée (1938 - "A Náusea") que lhe trouxe fama. Esse romance, escrito em forma de um diário, revela os sentimentos de repugnância do personagem Roquentin, em relação ao mundo material inclusive pela consciência de seu próprio corpo. O romance contem em suas páginas grande parte das posições filosóficas que Sartre continuaria depois a desenvolver. Seu herói, Antoine Roquentin, desocupado, duvidoso de si mesmo, vive sozinho, sem amigos, sem amante, nada lhe importando, nem os outros homens, nem ele mesmo, descobre, na vida monótona de Bouville, o mistério metafísico do Ser: o mundo não tem nenhuma razão de existir e é absurdo que exista. "Tudo é gratuito, a jardim, esta cidade, e eu mesmo; quando acontece da gente se dar conta disso, isso atinge o cabeça e tudo começa a flutuar; eis a náusea". Em A 'Náusea, Sartre parece bastante próximo de Heidegger

No ano seguinte, publicou "O Muro" (1939), uma coletânea de contos, e o ensaio Esquisse d'une théorie des émotions (1939 - "Esboço de uma teoria das Emoções"). O muro tem por personagem Pablo Ibietta, é uma denuncia do regime do ditador Franco, da Espanha, sob cujo poder o personagem Pablo Ibietta é preso e torturado. No ano seguinte publicou L'Imaginaire: Psychologie phénoménologique de l'imagination (1940 - "O Imaginário: Psicologia fenomenológica da Imaginação"), um ensaio. 

Período da II Grande Guerra. Na primeira fase da guerra mundial Sartre serviu como meteorologista na Lorena, 1940. Caiu prisioneiro quando Hitler invadiu a França, e foi encerrado no campo de concentração de Trier (Treves), na Alemanha ocidental, cidade junto à fronteira com Luxemburgo que foi berço de Karl Marx. No período de sua prisão Sartre escreveu uma peça de teatro que depois não quis contar entre os títulos de suas obras, alegando que fora um trabalho dentro de um contexto particular, e que a havia escrito apenas para levantar o ânimo de seus companheiros de infortúnio. É uma peça natalina, representada pelos prisioneiros no Natal de 1940, e publicada 30 anos mais tarde com o título Bariona, ou Le fils du tonnerre ( "Bariona, ou O filho do trovão"). O drama, de inspiração religiosa, fala de Jesus e de Maria, Sua mãe, que "Trouxe-o no ventre durante nove meses, oferecer-Ihe-á o seio e o seu leite se tornará o sangue de Deus". Foi solto por razões médicas (por um alegado problema de visão) um ano mais tarde, na primavera de 1941. Em liberdade, voltou ao Liceu de Neuilly, passando depois a lecionar no Liceu Condorcet e no Liceu Pasteur, em Paris. Fundou então o grupo Socialismo e Liberdade a fim de atuar junto à Resistência. O grupo produziu panfletos clandestinos contra a ocupação alemã e contra os colaboracionistas franceses. 

Em 1943, em plena fase da guerra, fez a primeira publicação de uma peça teatral, "As Moscas", que envolve veladamente o comando alemão e os colaboracionistas, e publicou também o famoso L'Être et le néant (1943 - "O Ser e o Nada"), obra fundamental da teoria existencialista. O "Ser e o Nada" subintitula-se "Ensaio de ontologia fenomenológica" e nele Sartre aprofunda seu pensamento com respeito à consciência humana, como "um nada" em oposição ao Ser. A consciência é "não-matéria", nada, e por isso mesmo escapa a qualquer determinismo. Sendo um "nada, ela "nadifica" seus objetos. A consciência é essencialmente negadora das coisas em-si mesmas, na medida em que se encontra revestida da característica ontológica de ser, ela própria, o seu próprio nada.
A teoria da negatividade da consciência não é senão uma das perspectivas do pensamento de Sartre. Outra é a de que o outro é o "mediador indispensável entre mim e mim mesmo"; precisamos de outrem para conhecer plenamente a nós mesmos. Mas a relação primordial com outrem é o conflito. Todo tipo de relação humana está condenado ao fracasso; através delas nunca atinjo o meu objetivo; a indiferença, o sadismo, o ódio, o masoquismo, o amor, a linguagem, são diversas manifestações da minha tentativa, sempre fracassada, de conviver com outrem. Essas obras e mais "Entre 4 paredes" (1944), rapidamente fizeram dele a mais célebre dos escritores franceses de seu tempo.

Segunda fase filosófica. Sartre lecionou até 1945. Nesse ano dissolveu o movimento Socialismo e Liberdade e fundou com Simone de Beauvoir, Merleau-Ponty (1908-1961), Raymnond Aron (1905-1983) e outros intelectuais, a revista de filosofia Les Temps Modernes ("Os Tempos Modernos"), deixando de lecionar para cuidar deste e de outros empreendimentos literários. 

Tendo em uma primeira fase exaltado a liberdade, que em suas obras anteriores parecia ter valor por si mesma, agora, após as lições da guerra, Sartre voltou sua atenção para o conceito de responsabilidade social. Nesta nova abordagem da questão da liberdade ele planejou, em 1945, uma novela em quatro volumes sob o titulo Les Chemins de la liberté ("Os Caminhos da Liberdade") dos quais publicou três: L'Âge de raison (1945 - "Idade da razão"), Le Sursis (1945 - "Sursis"), e La Mort dans l'âme (1949 - "Com a Morte na Alma").
Em lugar do quarto volume de "Os Caminhos da Liberdade", Sartre decidiu que o romance poderia não ser o melhor  veículo de suas mensagens e intensifica a produção de peças de teatro. Ele já havia produzido nessa área durante a guerra, e agora escreve vários: Les Mouches (1943), Huis-clos (1944), "Entre Quatro Paredes" (1945), "Mortos sem Sepultura" (1946) e "A Prostituta Respeitosa" (1946), Les Mains sales (1948 - "As mãos sujas"), e continua com Le Diable et le bon dieu (1951 - "O Diabo e o Bom Deus"), Nekrassov (1955), e Les Séquestrés d'Altona (1959 - Seqüestrados de Altona"), esta sobre o problema do colonialismo na Algéria Francesa. Todos essas peças fazem uma abordagem pessimista do relacionamento humano, enfatizando a hostilidade natural do homem para com seu semelhante, porém deixam antever uma possibilidade sempre presente de remissão e salvação. 

De 1946 são os ensaios "O existencialismo é um Humanismo", escrito para esclarecer o significado ético do existencialismo, e "Reflexões sobre a Questão Judaica". Outras publicações da mesma época incluem um livro, Baudelaire (1947), um script para o cinema, "Os dadas estão lançados", na critica literária e psicológica "Baudelaire" e um estudo sobre o escritor e poeta francês Jean Genet, com o título Saint Genet, comédien et martyr (1952), "O Fantasma de Stalin (1956), e inúmeros artigos que foram publicados em seu jornal Les Temps Modernes. Porém em 1955 se desentende com Merleau-Ponty, com quem mantinha o jornal, por motivos políticos.

Atividades políticas. Após a II Guerra Mundial, Sartre havia continuado sua atividade política (nascida ao tempo da Resistência aos alemães) com inclinação manifestamente esquerdista, tornando-se um ativo admirador da União Soviética, apesar de nunca ter se filiado ao partido comunista. Em 1954 ele viajou pela Rússia, Escandinavia, África, Estados Unidos, e Cuba. Porém, a entrada de tanques soviéticos em Budapeste em 1956, deixaram Sartre desapontado com o comunismo. Ele escreveu no seu jornal Les Temps Modernes o artigo Le Fantôme de Staline, no qual condenava veementemente a intervenção soviética e a submissão do Partido Comunista Francês aos ditames de Moscou. Essa atitude crítica ensejou mais um livro, Critique de la raison dialectique (1960 - "Crítica da Razão Dialética") livro sobre afinidades do existencialismo com o marxismo. É também de 1960 o ensaio "Questão de Método", e de 1964 é Les Mots ("As Palavras"), uma análise psicológica e existencial de sua própria infância.

Sartre acusava o marxismo de se ter ossificado e que, em lugar de adaptar-se a situações particulares, compelindo cegamente o particular a enquadrar-se em um universal predeterminado. Quaisquer que fossem seus princípios gerais, o Marxismo precisava reconhecer circunstâncias existenciais concretas que diferem de uma comunidade para outra e respeitar a liberdade individual do homem. O projeto de um segundo volume do Critique foi, no entanto, temporariamente suspenso, e publicado em seu lugar o Les Mots, que mereceu o prêmio Nobel, que recusou. 

Últimos anos. Muito se tem conjecturado sobre as verdadeiras razões de haver Sartre recusado o prêmio Nobel, as quais, aparentemente, não estariam tão claras para ele mesmo, que acreditava na transparência da consciência. Porém, seria no seu próprio subconsciente, que ele negava existir, que talvez estivesse a resposta. Foi uma criança super-estimulada a ser inteligente e vencedora, o que no íntimo ele talvez não acreditasse ser, sentindo-se um impostor comparado ao célebre pastor, primo de sua mãe, e ao seu próprio avô, figura solene, vastas barbas brancas, que "assemelhava-se a Deus Pai", figuras e exemplos em que pivotaram os estímulos de sua educação infantil. Comparado a esses que seriam para ele os verdadeiros merecedores do prêmio Nobel, - e um deles de fato recebeu o prêmio, - Sartre confessa um idealismo, não uma prática da generosidade, e um certo remorso por não ter sofrido, onde diz, em "As Palavras": "Meu idealismo épico compensará até a minha morte uma afronta que não sofri, uma vergonha que não padeci..."

De 1960 até 1971 a atenção de Sartre concentrou-se no preparo de um estudo em quatro volumes sobre o famoso escritor francês Gustave Flaubert. Dois volumes, com um total de 2.130 páginas apareceu no início de 1971, contendo minuciosas análises freudianas da infância e das relações familiares de Flaubert. 

Atividades como conferencias e passeatas como meio de apressar a Revolução socialista passaram depois a ocupar boa parte do tempo de Sartre. Em 1961 viaja para Cuba e Brasil, e aqui foi festivamente recebido pelas esquerdas. Pouco escreveu em 1971. Apesar de tudo, em 1972 publicou o terceiro volume do trabalho sobre Flaubert, com o título L'Idiot de la famille ("O idiota da família"), igualmente denso e de leitura fastidiosa. 

Em seus últimos anos Sartre ficou cego e sua saúde declinou até seu falecimento em Abril de 1980 devido a um tumor pulmonar. Teve um funeral impressionante pela massa popular que compareceu, estimada em 25.000 pessoas. 

Sobre o aspecto meramente literário de sua obra, se diz que poderia ter colocado sua filosofia de uma forma mais clara e mais breve do que fez em "O Ser e o Nada".

Rubem Queiroz Cobra           
Doutor em Geologia e bacharel em Filosofia



domingo, 18 de setembro de 2011

BIN LADEN TOOK THE BEST
 Leonardo Attuch
The response to September 11 is the main cause of the decline of American empire
Of all the big anniversaries, none has been as anticipated as the now ten years from September 11. The date that changed the world. The Day the Earth Stood Still. The moment that all mankind, gaping, saw the collapse of the Twin Towers. There are those who do not remember what was at that very moment.Nothing was so striking, so spectacular and as scary as the image of two Boeing piercing the steel and concrete towers of the World Trade Center in New York.


There, there, the perception that the world would not be the same - as indeed it was not. A decade later, with Osama bin Laden captured and killed by troops of the elite U.S. Army, which is the final balance? Paradoxically, the terrorist won. If your goal was to undermine - and eventually scrap - the American empire, it has been achieved. Not by their merits, but the excessive reaction conducted by the United States. The current financial collapse, in a sense, is a reflection of bad decisions taken in response to the attack.


A day after the attack, President George W. Bush called the former CIA chief George Tenet, saying that Iraq would have to pay the price. There was born the "war on terror" and the theory of preemptive strikes. According to economist Joseph Stiglitz, the Iraq invasion, anchored in the biggest lie of all time - the weapons of mass destruction "- cost $ 4 trillion to the United States. Thrown away money for a country that tried to seize wealth while others rested bin Laden in Pakistan, an ally of the United States. And as it was not possible to stabilize Iraq and to stick their wells, oil was $ 150, precipitating the financial crisis of 2008, which still causes reflections.


The ush was, and almost breaking the United States, this also made the country lose its moral heritage. And though Barack Obama can rescue him, the world post September 11 unilateralism no longer holds an empire.


A few months ago, when discussing whether or not the U.S. government enact a moratorium, there was another underlying debate. The United States should be or not police the world, imposing its Pax Americana? Apparently the bill was too heavy, even for the richest nation in the world.The burden of empire is greater than its benefits.


Osama bin Laden won.


This is Magazine/ISTO É-BRAZIL - 14.09.2011. Year 35. No. 2183

BIN LADEN LEVOU A MELHOR - A resposta ao 11 de setembro é a principal causa do declínio do império americano


BIN LADEN LEVOU A MELHOR
Leonardo Attuch

A resposta ao 11 de setembro é a principal causa do declínio do império americano

De todas as grandes efemérides, nenhuma tem sido tão aguardada como a atual: dez anos do 11 de setembro. A data que mudou o mundo. O dia em que a Terra parou. O momento em que toda a humanidade, embasbacada, assistiu ao desmoronamento das Torres Gêmeas. Não há quem não se lembre do que fazia naquele exato instante. 

Nada foi tão marcante, tão espetacular e tão assustador quanto a imagem de dois Boeings furando as torres em aço e concreto do World Trade Center, em Nova York.
Havia, ali, a percepção de que o mundo não seria o mesmo – como de fato não foi. Uma década depois, com Osama bin Laden capturado e assassinado pela tropa de elite do exército americano, qual é o saldo final? Paradoxalmente, o terrorista levou a melhor. Se o seu objetivo era fragilizar – e, eventualmente, derrubar – o império americano, ele vem sendo alcançado. Não por seus méritos, mas pela reação desmedida conduzida pelos Estados Unidos. O colapso financeiro atual, de certa forma, é reflexo de decisões equivocadas tomadas em resposta ao ataque.

Um dia depois do atentado, o então presidente Geroge W. Bush convocou o ex-chefe da CIA George Tenet, dizendo que o Iraque teria que pagar o preço. Nascia ali a “guerra ao terror” e a teoria dos ataques preventivos. Segundo  o economista Joseph Stiglitz, a invasão ao Iraque, ancorada na maior mentira de todos os tempos – a das armas de destruição em massa” – custou U$ 4 trilhões aos Estados Unidos. Dinheiro Jogado fora por um país que tentou se apoderar de riquezas alheias enquanto bin Laden descansava no Paquistão, um aliado dos Estados Unidos. E como não foi possível estabilizar o Iraque e furar seus poços , o petróleo foi a U$ 150, precipitando a crise financeira de 2008, que ainda hoje provoca reflexos.

A era ush, além de praticamente quebrar os Estados Unidos, fez também com que o país perdesse seu patrimônio moral. E, ainda que Barack Obama consiga resgatá-lo, o mundo pós 11 de setembro já não comporta o unilateralismo de um império.

Há poucos meses, quando se discutia se o governo americano decretaria ou não a moratória, havia outro debate subjacente. Os Estados Unidos deveriam ser ou não a polícia do mundo, impondo a sua pax americana? Aparentemente a conta ficou pesada demais, mesmo para a nação mais rica do mundo. 

O ônus do império é maior do que seus benefícios.

Osama bin Laden venceu.

Revista Isto è – 14.09.2011. Ano 35. Nº 2183

Lula tirou o Brasil do Mapa da Fome! Entenda a farsa!

 https://youtu.be/2rTg-wlr8Zc via @YouTube