Por Caíque Santos
São 77 dias de greve dos professores da rede estadual na Bahia. Para adiantar o lado dos alunos do 3° ano do ensino médio, o governo teve uma ideia no mínimo curiosa de contratar a empresa do famoso professor baiano e apresentador de TV Jorge Portugal. Cada “aula-show”, especialidade de Portugal e sua equipe, vai custar aos cofres públicos R$ 4.145,00, totalizando pouco mais de 1,5 milhão de reais. Por ser uma medida emergencial não houve licitação.
Segundo a Secretaria de Educação os critérios que levaram a escolha da empresa Abai – Conteúdos Educativos e Produção Cultural Ltda, foram capacidade técnica, pedagógica e de infraestrutura. O órgão ressalta também ter sido levado em conta a experiência da empresa na realização de “grandes eventos” direcionados para vestibulares.
O professor Jorge Portugal reconhece que o valor está acima do mercado, ” o valor de mercado não é parâmetro. Não teria sentido (…) receber o mesmo valor de um professor da rede estadual. Fazer educação não é barato”, justifica.
Ainda como parte das “medidas emergenciais” foram convocados 545 professores para ministrar aulas. Eles atuam em estágio probatório e 706 são contratados pelo Regime Especial de Direito Administrativo (Reda), além de profissionais que não aderiram ou que desistiram da greve.
Alguns alunos informaram que o espaço das aulas está muito cheio, “é uma aula-show, não estamos entendendo nada e os professores ficam fazendo graça”, disse a estudante Amanda Paixão, que tentou acompanhar a aula no Colégio Parque, na Caixa D’Água.
Estudantes de vários colégios e os movimentos estudantis estão se organizando para irem às ruas protestar contra o governador Jaques Wagner no feriado de 2 de Julho. Os deputados do PT e do PCdoB, históricos apoiadores das causas dos professores, estão do lado do governo e não se manifestam sobre a situação. A bancada do PDT, o parido que tem abandeira da educação, também está contra os professores.
Os salários continuam cortados e segundo informações divulgadas nas redes sociais, 08 professores morreram durante a greve com problemas de coração relacionados com o stress e a apreensão do momento. Os professores afirmam que não vão recuar em consideração aos que morreram durante a greve. Wagner afirma que não os receberá enquanto não retornarem ao trabalho. A grande imprensa da Bahia, financiada pela publicidade estatal tenta não falar da greve e publica todas as informações “oficiais” enviadas pelo governo.
Redação NN
Com informações do G1/Metro 1
Foto: Blog Val Cabral
Com informações do G1/Metro 1
Foto: Blog Val Cabral
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