sexta-feira, 29 de junho de 2012

HUMANO, DEMASIADO HUMANO - Nietzsche


Escrito pelo filósofo alemão Friedrich WilhelmNietzsche (1844- 1900) em 1878, Humano, demasiado humano é uma genealogia do pensamento moderno, da razão moderna, e marca o rompimento de Nietzsche com o romantismo de Richard Wagner e o pessimismo de Arthur Schopenhauer.
É um livro para espíritos livres em que o autor analisa os modismos de sua época procurando estabelecer uma ligação entre o passado bárbaro da humanidade e o estado em que se encontra o pensamento filosófico, científico e religioso do século XIX, procurando hipóteses de um progresso da humanidade pós-moderna.
Nesta obra o autor desenvolve seu pensamento filosófico abordando temas como metafísica, moral, religião, arte, literatura, amor, política e relações sociais de modo claro e sereno, refletindo sobre as coisas primeiras e derradeiras, analisando a história dos sentimentos morais que atravessaram os séculos da história humana, criticando e recriminando a vida religiosa do homem, descrevendo os sentimentos e a vivência dos artistas e dos escritores, examinando o homem e suas atitudes e pensamentos em sociedade, e descrevendo a história e a função do Estado.
Repleto de aforismos Humano, demasiado Humanoconta com escrito em nove capítulos (638 subcapítulos) mais prefácio e poslúdio (Entre Amigos); segundo Ciro Mioranza “é um livro de história, sem ser história; é um livro de filosofia, sem ser preferencialmente filosofia; é um livro de vida, vida espiritual, vida intelectual, vida racional, vida presente, vida humana”.
Nietzsche era um grande pensador que vivia em conflito consigo mesmo e com a sociedade, e sem dúvidaHumano, demasiado Humano é uma obra que merece uma leitura atenciosa e grande reflexão.
Abaixo se tem um trecho extraído de Humano, demasiado Humano (Capítulo II – Para a história dos sentimentos morais; artigo 89 – Vaidade):


“Nós nos importamos com a boa qualidade dos homens, em primeiro lugar porque ela nos é útil, em seguida porque queremos dar-lhes alegria (os filhos aos pais, os alunos aos professores e em geral as pessoas de benévolas a todas as outras pessoas). É somente quanto a boa opinião dos homens é importante para alguém, abstraindo a vantagem ou seu desejo de agradar que falamos de vaidade.
Neste caso, o homem quer dar prazer a si próprio, mas à custa dos outros homens, seja levando-os a ter uma opinião falsa a respeito dele, seja aspirando a um grau de “boa opinião”, em que esta tem de se tornar penosa para todos os outros (provocando inveja). O indivíduo quer geralmente, por meio da opinião dos outros, certificar e fortalecer diante de seus olhos a opinião que tem de si; mas o poderoso respeito pela autoridade – respeito tão antigo quanto o homem – leva muita gente também a apoiar na autoridade sua própria confiança em si, portanto a só aceitar de mão de outrem: acreditam mais no critério dos outros do que no próprio. O interesse por si próprio, o desejo de se satisfazer alcançam no vaidoso um tal nível que ele induz os outros a uma falsa estima de si falsa, demasiado elevada, e depois se fia, não obstante, na autoridade dos outros: desse modo provoca o erro e, contudo, lhe dá crédito. É preciso, portanto, admitir que os vaidosos não querem agradar tanto a outrem quanto a si próprios e que chegam ao ponto de com isso descurar seu proveito; pois, muitas vezes importa-lhes suscitar em seus semelhantes disposições desfavoráveis, hostis, invejosas, em decorrência desvantajosas para eles, apenas para terem satisfação de seu eu, o contentamento de si.”
Preço (pesquisado em 12/12/07):
  • Editora Companhia de Bolso:   de R$ 15,00 a R$ 21,00,www.buscape.com.br
  • Editora Escala: R$ 7,00,  www.mercadolivre.com.br, acréscimo de R$ 4,00 referente ao valor do frete, para o estado de São Paulo.


  • Para saber mais sobre Nietzsche:

  
  • Nota: O trecho contido no vídeo é extraído do Capítulo V (Indícios de civilização Superior e Inferior), subcapítulo 251 (Futuro da Ciência) do livro Humano, demasiado humano de Nietzsche.

O Futuro da Ciencia - 1 Minuto




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