QUARTA-FEIRA, 10 DE JANEIRO DE 2007
Venci a rejeição!
Testemunho verídico de
Maria da Fonte.
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Todos temos a nossa história. Diria até que cada um de nós é uma história singular e única, feita de alegrias e tristezas.
Nem sempre é fácil lidar com as amarguras do passado, sobretudo se elas foram causadas em fases tão importantes da vida como a infância e a adolescência. Hoje, porque cresci e não parei de lutar, consigo viver com o meu passado e tomar as minhas próprias opções. Mas nem sempre isso foi assim.
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Então, aqui vai a minha história e um pouco do que sou…
A escola é um espaço por onde todos passamos. É lá que somos instruídos, mas é lá também que deveríamos, juntamente com a família, ser educados no Amor, na Solidariedade, no Respeito, na Inter-ajuda, na Solidariedade e na descoberta do Outro. Porém, essa mesma Escola, que se quer como o lugar da formação dos cidadãos do futuro, é um local muitas vezes desumano e fortemente ostracizador, sobretudo daqueles que são diferentes.
Eu era, de facto, diferente. Quem olhava para mim, não dava por isso. Tinha uma mala como os outros, vestia as mesmas roupas que os outros, usava os transportes públicos para ir de casa para a escola, comia na cantina. Então, o que fazia de mim uma criança diferente? As minhas atitudes, a minha maneira de estar no mundo e a minha fé/crenças religiosas faziam a diferença.
Aos 10 anos de idade apercebi-me de que fazer sempre os trabalhos de casa, não fazer barulho na sala de aula, não fazer cábulas, não fazer gazeta às aulas, não falar inglês (que só comecei a estudar no 5.º ano, ao contrário dos outros meninos que frequentavam escolas de línguas privadas), gostar de música clássica e ter aulas de Religião e Moral era um sério problema que só viria a agravar-se com o tempo.
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Quantas vezes não fui gozada, no recreio, por ter sido a única a fazer os trabalhos de casa! Quantas vezes não fui gozada por devorar livros atrás de livros numa insaciável sede de saber! Quantas vezes não fui gozada por, em desespero, começar a chorar, de repente, na aula de Inglês, por não perceber nada do que a professora dizia naquela língua estrangeira que eu nunca tinha estudado! Quantas vezes não fui gozada por ir para a aula de Religião Moral, a que mais ninguém ia! Quantas vezes não fui apelidada de "Betinha"! Quantas vezes não fui gozada por perceber mais de Mozart e Beethoven do que dos grupos de rock da moda! Quantas vezes não fui gozada por denunciar que os meninos iam para trás do pavilhão fumar (curiosamente essa escola é, hoje, uma das do distrito onde circula mais droga!!!). Enfim, podia continuar a humilhação a que os meninos e as meninas da minha idade, e que partilhavam os mesmos bancos da escola que eu frequentava, me sujeitavam.
Os meus pais ensinaram-me que devia fazer as coisas bem, não por recompensas, não por prémios, mas porque é isso que cada um deve fazer. E eu assim fazia.
Mas se há humilhações que escapam e vencem bem os "opositores", como seja a de estudar, de ler muito e de gostar de música clássica – tudo coisas que influenciavam na cultura e marcavam muito pela positiva a prestação académica –, o mesmo não se pode dizer da frequência das aulas de Religião e Moral e das crenças religiosas.
Sim, fui educada numa família cristã católica. Hoje, sou cristã católica, de formação e de convicção. Considero este ponto importante, de formação e de convicção. Há sempre uma altura da vida em que nos afirmamos, em que nos tornamos independentes dos nossos pais e/ou educadores, adoptando os nossos próprios pontos de vista e a nossa visão crítica do mundo.
Em tudo há radicalismos e liberalismos. Não sou, contudo, conservadora que me faça aderir à prelatura do Opus Dei, nem liberal que me faça ser elemento do Movimento Católico Internacional "Nós Somos Igreja" ou que defenda, em tudo, a Teologia da Libertação, de Leonardo Boff. Pretendo um ponto de equilíbrio, assumindo, como cidadã, uma postura pessoal, crítica e construtiva na Sociedade em que vivo.
Deste modo, hoje, eu tenho, em muitos aspectos, uma visão diferente daquela que os meus pais têm da Religião, como seja a admissão de mulheres ao ministério do sacerdócio e a vida de clausura. Fui a primeira, em minha casa, a falar da ordenação de mulheres (onde é que eu teria ido buscar aquelas ideias! coitados dos meus pais, devem ter ficado alarmados). Hoje, até apoiam. O mesmo não se diga da vida de clausura. Para mim, ela é uma vida tão digna e tão nobre, como o é a vida dos monges do Tibete. Para os meus pais, ela é egoísta.
Assumo posições, nem sempre defendidas pelo comum das pessoas, vendo a destas últimas como posições de anti-Vaticano, de que "vender a riqueza que o Vaticano tem para matar a fome" é um pensamento algo reducionista, pois a cidade do Vaticano alberga um património artístico e cultural único que um Estado teria dificuldade em manter vivo; já não podendo apoiar do mesmo modo a construção de uma Basílica de Fátima, como a que anda a ser construída.
As minhas posições pessoais estendem-se também a campos mais melindrosos e de pouco consenso, como o da política da Educação Sexual (que Portugal não tem!).
Não sou adepta total da Moral Sexual defendida pela Igreja Católica, mas também não morro de amores pelas ideias do sexo na nossa sociedade, fruto do liberalismo e do utilitarismo. Contrariamente ao que a Igreja Católica pugna, sou pela utilização responsável de métodos contraceptivos. Asseguro, no entanto, que defendo a Educação Sexual nas escolas com algumas reservas. Creio que educar não passa só por informar, mas por formar. Para mim, educar para a Sexualidade não é facultar indiscriminadamente preservativos nas escolas, liberalizar as relações sexuais ou apelar ao hedonismo. Uma boa Educação Sexual é um processo que atenderá ao desenvolvimento sexual da pessoa em diferentes idades e isto deverá ter em conta a educação sexual desde a Pré-Primária até ao Ensino Secundário. Sexualidade não é o mesmo que sexo (dois conceitos ainda tão confundidos); Sexualidade envolve o desenvolvimento corporal, psicológico, afectivo e moral da pessoa ao longo dos anos, num contexto social, familiar, eventualmente religioso muito próprios. Por isso, a Educação para a Sexualidade deverá ser transparente, sem preconceitos (não é só a Igreja Católica que os tem, a Sociedade também os tem em relação à Igreja), e de respeito pelas diferentes visões da Sexualidade, onde se inclui vários agentes da Saúde, da Psicologia, Filosofia, Ética, Moral, Relações Humanas, Religião. Ainda que não concorde em tudo com a Moral Sexual defendida pela Igreja, como a interdição dos meios contraceptivos e do sexo pré-matrimonial, defendo a responsabilidade e o alargamento do tempo da virgindade (entre as camadas mais jovens, chegar à minha idade e dizer-se que se é virgem equivale a ser-se mais do que envergonhado).
Este tipo de questões nunca as avaliei na escola.
Nunca frequentei escolas privadas ou colégios, tendo toda a minha educação escolar sido feito na escola pública.
Aos 16 anos tive o meu grande, grande choque.
Durante o Ensino Secundário que fiz parte de uma turma que posso caracterizar mais ou menos assim: a grande maioria dos/as alunos/as tinha uma prestação escolar de Bom e Muito Bom; vivia na cidade, tendo acesso à cultura, i.e., livros, música, conferências, etc. (em que eu não me incluía, tendo só começado a estudar música quando apenas fui para a cidade); pelo menos metade dos alunos era filha de pais divorciados (em que eu não me incluía – este dado é muito curioso, pois um dia uma amiga disse-me "eles invejam-nos por termos os nossos pais juntos"); metade da turma tinha ainda frequentado o ensino colegial, tendo-o detestado e assumindo-se, por isso, sem religião; muitos eram intelectualmente desonestos, fazendo cábulas a torto e a direito (é uma arte, acreditem, os professores nunca suspeitavam de nada!, ou, então, fingiam não saber). Éramos, na generalidade, adolescentes muito interventivos, daqueles que são capazes de fazer um abaixo-assinado ao Conselho Executivo da escola para não se ter mais o professor tal por ser uma nódoa a ensinar (isto aconteceu… e eu estava lá tão entranhada como os outros!). Apesar de tudo, nunca pactuei com as greves nacionais de estudantes, nem com coisas do género por me parecerem completamente ridículas e sem fruto. Se queria intervir, ponderava outros meios que me pareciam menos descriminadores da classe estudantil. Mas até isso era motivo de troça.
(Alguns desses alunos são homens e mulheres que já rolam na política portuguesa…)
No 11.º ano, a História, aprendi esse grande período que se dá pelo nome de Renascimento. Como todos sabemos, foi um período ímpar, pela redescoberta da Antiguidade Clássica, pelo Humanismo, pelo desenvolvimento da Ciência, da Estética, pela Inquisição, e pela cisão que Lutero fez com a Igreja Católica, dando início ao Protestantismo, pela célebre questão das indulgências. Hoje, a par da cultura dos anos 60 (Guerra do Vietname, movimento Hyppi, Concílio Vaticano II, afirmação da mulher e dos feminismos), e da Revolução Russa de 1917, as cisões religiosas do Renascimento são um dos períodos da História de que mais gosto. E não seria assim se ele não tivesse sido tão marcante.
A minha professora de História era uma mulher que detinha uns ódios especiais à Igreja Católica, embora eu nunca tivesse percebido bem porquê. Ela lá havia de ter as suas razões, provavelmente, até legítimas. Não sei.
Lembro-me perfeitamente de analisarmos, em aula, um quadro que fazia o paralelo entre a Igreja Católica e as outras Igrejas, as Protestantes. Tudo até aqui podia ser dado normalmente. O que havia a dizer de mal da Igreja Católica podia ser dito, pois era disso mesmo que se tratava, de um período da História em que a Igreja era um autêntico covil de gente sem escrúpulos para viver à grande e à francesa. Mas qual não foi a minha surpresa quando a professora começa a falar que não gosta da Igreja… como se os Católicos de hoje em dia (subentenda-se, há uns anos atrás), detivessem todos os males deste mundo e pede a quem fosse Católico que levantasse a mão. Eu levantei. Comigo, levantaram-se mais duas ou três (havia muitos mais na turma, tenho a certeza), mas os olhares centraram-se em mim... E, como se não bastasse, rematou com "Quem quiser defender-se tem a oportunidade de o fazer agora.", passando eu a ser encarada como "ignorante" e "coitadinha".
Eu não tenho a culpa do que uma Instituição, Igreja Católica, fez, quando não partilho em tudo do que diz, muito menos do que fez no passado (lembremo-nos da terrível Inquisição que matava pessoas em praça pública, em nome do seu Deus). O mesmo seria culpar um comunista de hoje pelos males de Estaline ou um alemão pelos males de Hitler. Nem tenho a culpa que membros dessa Igreja sejam autênticos deturpadores da dignidade humana (padres violadores, membros mais apegados ao vil dinheiro que ao sagrado, etc.).
Nunca na vida me senti tão humilhada e enxovalhada. (Lembremo-nos que isto se passou numa turma como a que em cima é descrita.) Esta foi a gota de água de outros episódios, em que, não me querendo submeter aos caprichos de quem pensava que era mais do que os outros, haviam de me marcar tanto.
O que não nos mata, torna-nos mais fortes. A partir daí, li muita coisa sobre as outras religiões, em especial sobre o Renascimento e sobre Lutero. (Tenho a "agradecer" a essa fase menos boa da minha vida a nota mais alta que tive na Faculdade.)
Foi um período difícil, que vivi calada, sem abrir a boca, com medo de que as represálias fossem maiores. Muito mais tarde, os meus pais vieram a saber deste e de outros episódios passados na escola, compactuados por todos, alunos e professores.
Isto tudo para dizer que a Escola falha muitas vezes na sua função educadora, que, integrada numa Sociedade livre, deve congregar todas as visões, limitando-se, contudo, a ignorar a pessoa que mora nos alunos (e não falo apenas no que respeita a crenças religiosas, mas também às práticas didáctico-pedagógicas).
A Escola é um reflexo da Sociedade, mas o inverso também existe, a Sociedade é o espelho da Escola que temos. Que Escola desejar, então, para o futuro? Não há nada de que necessitemos que já não esteja inventado. A massificação escolar trouxe consigo outros modelos de Escola, a Escola participativa e activa, onde todos têm liberdade para expressar as suas opiniões, sendo um contributo para a realidade da comunidade escolar, e a Escola Inclusiva, cujo nome nos remete para a realidade da inclusão e não da exclusão.
A Escola Inclusiva tem visado a integração de alunos portadores de deficiência, por exemplo, daí que falemos também de Sociedade Inclusiva (uma Sociedade reflexo da Escola?).
A termos em conta a Escola Inclusiva, reportando-me à minha experiência de aluna e educanda, pergunto: por que, sendo a Escola Inclusiva uma Escola da Inclusão para a Inclusão, não inclui a participação das mais variadas crenças religiosas?
Este tipo de visão é incompatível com o Laicismo, mas não com a Laicidade, dois conceitos confundidos. Assistimos, hoje, a uma exclusão de símbolos e práticas religiosas na Sociedade, ou porque se impede as raparigas muçulmanas de usarem lenço [abro aqui um parênteses para dizer que achei tremendamente chocante uma reportagem da Sic Notícias sobre este assunto; o que chamar ao acto de estar em frente à escola a ver se as raparigas têm a bandelete a tapar as orelhas? Eu chamo de perseguição e humilhação!], ou porque se elimina todos e quaisquer símbolos relativos ao Natal, substituindo-os pelo do consumismo como o Pai Natal, o da Coca-Cola faça-se entender; ou porque a União Europeia confunde identidade do passado com o seu futuro. O clima que se gera é não apenas o da repressão do Laicismo, mas o medo do crescente poder do mundo muçulmano, na sua expressão cultural e religiosa, que levada a extremos (como qualquer outra religião), pelo fanatismo, já levou à morte de milhares de pessoas inocentes.
Mas a Sociedade Ocidental deverá ser uma Sociedade na aposta do medo ou na aposta do diálogo e da cooperação?
Uma Escola que vise a participação de todos, com as mais variadas culturas e crenças religiosas, numa verdadeira acepção de "Escola Inclusiva" é uma escola que promoverá, a título de exemplo, o ensino da Formação Humana e Pessoal, das Línguas (onde o árabe, o chinês, o português - provavelmente as línguas das futuras super-potências mundiais - estarão a par do inglês e do espanhol), da Literatura Mundial, da Religião, sem preconceitos. Essa Escola terá lado a lado diferentes símbolos religiosos, e não a ausência deles, como os políticos do nosso tempo defendem, suscitando mais desrespeito e ódios que igualdade e liberdade. Acredito que medidas como estas promoverão mais facilmente a sociedade justa, tolerante e igualitária que todos desejamos. Este tipo de Escola, não tenho dúvidas, promoverá a Liberdade, a Responsabilidade, o Respeito e a Solidariedade – e a isto eu chamo de Progresso Humano. O contrário, a proibição de símbolos religiosos e de expressão de religiosidade é um meio de violência, um "fanatismo laico" que está a tentar combater um fanatismo religioso (sobretudo o muçulmano).
A Escola tem o dever e a obrigação de ajudar os jovens a crescerem na descoberta do Outro.
Pessoas educadas na cooperação e no diálogo são pessoas que mais facilmente aceitarão o ecumenismo e as (inter)relações culturais. Esse tipo de Sociedade será uma nova Sociedade, não isenta de problemas, pois terá de questionar a condição feminina e masculina dos seus membros, os valores das convenções, tratados e declarações, ditas mundiais (que mais não são que a expressão da mentalidade ocidental, pós Revolução Francesa de 1789!).
A Igreja Católica já muito mais facilmente se abre ao debate teológico com outras Igrejas Cristãs e não só (a viagem de Bento XVI à Turquia é revelação disso). A cooperação entre Católicos e Protestantes é hoje uma realidade, por exemplo, na comunidade internacional e ecuménica de Taizé, em França, fundada em 1940, pelo Irmão Roger, ele próprio protestante. Falta ao mundo abrir-se a essa cooperação.
Não esquecer que uma Escola deste género exige maturidade de todos os seus agentes educativos, Estado (na pessoa do Ministro da Educação), directores de escola, comunidade, professores e pais/encarregados de educação (a quem falta a Escola de Pais; mais arredados da escola por comodismo dos professores do que por opção), e de delinear de objectivos bem claros. Um sistema como este não se compadece com uma qualquer abordagem dos programas escolares, exigindo reflexões nacionais e locais, dirigidas a realidades sociais e culturais diferentes. É necessária, inclusive, prudência na análise de contextos sociais, culturais, históricos próprios, de obras literárias anti-clericais e anti-religiosas ou que abordam temas como o celibato, a fé, as instituições religiosas, etc., quantas vezes usadas em detrimento da ideologia de quem lecciona, subvertendo ou, pelo contrário, advogando excessivamente.
O mundo é injusto quando ataca a Religião e as Igrejas, das mais variadas confissões religiosas, sem se informar, falando à boca cheia do que não conhece. Ele exige tudo, a um ritmo alucinante, que os cidadãos (fiéis) sejam juízes de problemas (ou deverei dizer dilemas?) éticos, que apelem ao voluntariado, à adopção, que sejam uma ponte na cessação de conflitos armados, que combatam a fome, a opressão social, que ajudem os refugiadas nos grandes fluxos migratórios, mas que os quer impedir de ter palavra na Democracia (participativa), em campos como o da pena de morte, o do aborto, o da manipulação genética, a Educação (sexual, por exemplo), o da Bioética. O mundo suplica que actuem contra os males da Humanidade, mas, se se prenunciam, prefere que se calem ou chama-os, indiscriminadamente, de "hipócritas que querem impor a sua moral", alegando a consciência pessoal de cada um. [Que consciência pessoal, começo eu a questionar-me, que também essa é (de)formada pela cultura.]
A palavra "religião" tem a sua origem no verbo latino "religare", ou seja, é aquilo que liga, não numa acepção de ligação do Homem à Divindade, mas no re-ligar dos Homens. Esse re-ligar pode, deve existir na Escola e quem sabe até nas entidades governativas.
A escola é uma ESCOL(H)A!!! O H não se lê, é uma letra com pouca expressão, mas faz a diferença entre estas duas palavras: ESCOLA e ESCOLHA. Também a Religião pode parecer um assunto desinteressante, mas valorizá-la, enquanto liberdade e expressão de cada Ser Humano, pode ser como o H, pode fazer toda a diferença. É que a Escola é mesmo uma Escolha, a Escolha do tipo de Sociedade do Amanhã!!!
Faço votos de que com uma Escola Inclusiva, numa Sociedade da Laicidade, saibamos, de verdade, construir uma sociedade livre, cooperante e de respeito pelo outro e pela diferença. Já lá vai o tempo da Inquisição e do Index! Aniquilar o sentimento religioso e a liberdade religiosa (grande paradoxo para os nossos tempos!!!), é aniquilar, a par do ser físico e mental, uma das facetas do Homem, a espiritual.
Esta é a minha história pessoal. Gostaria que ela não se repetisse, seja com quem for, e que, nesta Sociedade, os assumidos professos de uma religião fossem respeitados, do mesmo modo que respeito quem não comunga das minhas ideias, e que me pudesse exprimir livremente, pois o que sou e penso não é uma gravação da religião a que pertenço, é uma perspectiva reflectida que procura contra peso e medida.
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